Bras�lia, 03 - Na disputa por uma vaga ao Conselho Nacional de Justi�a (CNJ), a advogada Ana Lu�sa Marcondes disse que tem sofrido "persegui��o pol�tica" ap�s ter sido exonerada do cargo de assessora da Corregedoria Nacional do Minist�rio P�blico na semana passada.
Para ela, o corregedor nacional, Cl�udio Portela, tomou a decis�o de afast�-la por influ�ncia do subchefe para Assuntos Jur�dicos da Casa Civil, Gustavo do Vale da Rocha, que ocupa uma cadeira no Conselho Nacional do MP. Seu bra�o direito no Pal�cio do Planalto, Felipe Cascaes, tamb�m concorre � vaga do CNJ. "� muita coincid�ncia me demitirem do cargo na Corregedoria na v�spera da vota��o sobre a vaga no CNJ", afirma.
Portela, no entanto, nega a influ�ncia de Rocha sobre a decis�o de dispensar a funcion�ria. Segundo ele, a demiss�o aconteceu ap�s o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que Ana Lu�sa foi assessora do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), alvo da Opera��o Lava Jato. "Um funcion�rio do �rg�o n�o pode ter liga��es pol�ticas. Eu tenho que proteger a Corregedoria Nacional de qualquer ideia de que possa haver qualquer inger�ncia de quem quer que seja no �rg�o", disse.
O subchefe para Assuntos Jur�dicos da Casa Civil n�o foi localizado pela reportagem para comentar o assunto.
Disputa
Como mostrou o Estado na semana passada, Ana Lu�sa, que disputa a vaga da C�mara, trabalhou como assessora de Renan na presid�ncia do Senado e na lideran�a do PMDB.
A advogada nega que o peemedebista esteja fazendo campanha a seu favor e ressalta que � funcion�ria p�blica concursada e que apenas trabalhou por um curto per�odo para o presidente do Senado. "Se eu fosse a candidata do Renan, estaria concorrendo � vaga do Senado, n�o da C�mara", disse.
O Pal�cio do Planalto, no entanto, trabalha pelo nome de Cascaes, que foi advogado e assessor do ex-presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato em 19 de outubro.
Na semana passada, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou pautar a vota��o para a vaga no CNJ no mesmo dia em que o plen�rio estava reunido para votar o segundo turno da proposta de emenda � Constitui��o que estabelece um teto para os gastos p�blicos.
Ap�s um apelo de Renan e da revolta de alguns deputados, que acusaram Maia de descumprir um acordo para beneficiar o candidato de Cunha � vaga, o presidente da C�mara voltou atr�s e decidiu adiar a escolha para a pr�xima semana.