S�o Paulo, 01 - O grupo baiano Odebrecht divulgou nesta quinta-feira, 1�, um comunicado em que pede desculpas ao Pa�s por ter participado, nos �ltimos anos, de pr�ticas "impr�prias". Na tarde desta quinta-feira, 1, os acionistas, executivos e ex-executivos do grupo, um total de 77 pessoas, come�aram a assinar acordo de dela��o premiada fechado com o Minist�rio P�blico Federal no �mbito da Lava Jato.
O conglomerado tamb�m fechou um acordo de leni�ncia, no valor de R$ 6,8 bilh�es, que ser� pago em 23 anos, para poder virar a p�gina e seguir com contratos de obras p�blicas.
Em carta aberta, a Odebrecht reconhece que pagou propina. "N�o importa se cedemos a press�es externas. Tampouco se h� v�cios que precisam ser combatidos ou corrigidos no relacionamento entre empresas privadas e o setor p�blico", diz um dos trechos desse comunicado. A companhia se comprometeu a adotar princ�pios "�ticos, �ntegros e transparentes no relacionamento com agentes p�blicos e privados" daqui para frente ao combater e n�o tolerar a corrup��o por meio de extors�o e suborno.
Ao virar a p�gina da dela��o, a Odebrecht vai se deparar com um novo cap�tulo t�o desafiante quanto o que tem enfrentado desde que teve seu nome envolvido na Lava Jato. A empresa ter� que provar aos seus credores, clientes e s�cios que seu programa anticorrup��o ser� r�gido e � prova de fraudes. Ter� que convencer bancos e investidores que mudou, para conseguir os financiamentos que ainda necessita para, no m�nimo, manter o n�vel de atividade que tem hoje.
Nas mudan�as internas, vai investir no departamento de compliance que tem � frente a diretora Olga Mello Pontes, egressa da Braskem, bra�o petroqu�mico e maior empresa do grupo. Mas cada empresa ter� sua pr�pria estrutura de compliance.
A expectativa ainda � de que com a assinatura do acordo de leni�ncia, aliado ao novo programa anticorrup��o da companhia, abra as portas aos bancos. "O acordo de leni�ncia dar� mais seguran�a, sem d�vida, mas a empresa enfrentar� ainda problemas de gera��o de back log (carteira de projetos) no Brasil e no exterior", diz um importante representante de credores da empresa. "Os pagamentos na compra de alguns ativos s� v�o acontecer mediante o atendimento de uma s�rie de condi��es por parte da empresa que v�o al�m do acordo de leni�ncia".
O grupo tem uma d�vida bruta de R$ 110 bilh�es e algumas empresas passam por dificuldades para honrar pagamentos. Um dos principais casos � o da Odebrecht �leo e G�s que est� renegociando US$ 3 bilh�es em d�vidas, mas que depende de uma negocia��o que trava com a Petrobras para manter contratos de seis sondas. A empresa de Transportes tamb�m passa por dificuldades, principalmente para conseguir tocar obras de concess�es de rodovias que ganhou nos �ltimos anos.