S�o Paulo, 09 - O Acordo de Leni�ncia 10/2016, firmado pela empreiteira Carioca Engenharia com o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade) - �rg�o antitruste do governo federal - e com a Procuradoria da Rep�blica indica como eram tramadas as combina��es entre gigantes da constru��o civil � margem da lei para assegurar a primazia de obras p�blicas milion�rias, especialmente na Petrobras. E revela como operava o sistema "cabe�as de chave", para forma��o de cons�rcios.
A Carioca � a empreiteira que implodiu dois quadros importantes do PMDB, Eduardo Cunha, ex-presidente da C�mara, e S�rgio Cabral, ex-governador do Rio, ambos atualmente na pris�o da Opera��o Lava Jato.
Com suas revela��es, dirigentes da empreiteira aceleraram as investiga��es sobre propinas pagas aos dois pol�ticos e o cerco do Minist�rio P�blico Federal se fechou.
O documento traz a assinatura de tr�s executivos da Carioca - Luiz Fernando Santos Reis (diretor comercial), Ricardo Pernambuco J�nior (acionista) e Roberto Jos� Teixeira Gon�alves, o 'Moscou' (ex-diretor-geral at� maio de 2015).
Entre os empreendimentos citados na Leni�ncia, por exemplo, os signat�rios informam que, em meados de 2016, a Petrobras, por meio de seu Plano de Investimentos, pretendia lan�ar, entre 2006 e 2007, licita��es para contrata��o de servi�os de engenharia e constru��o civil predial para Edifica��es de Grande Porte com Caracter�sticas Especiais.
A meta era licitar tr�s obras - sede da Petrobras em Vit�ria, Novo Cenpes (Centro de Pesquisas Leopoldo Am�rico Miguez de Mello) e Centro Integrado de Processamento de Dados (CIPD).
Neste caso, os executivos apontam o conluio de empreiteiras que se dividiram em �cabe�as de chave�, que liderariam o processo e abrigariam em cons�rcio outras companhias.
Os "cabe�as de chave" eram definidos de acordo com "as respectivas conveni�ncias, atesta��es e capacidade".
Empresas "n�o alinhadas" ao ajuste tamb�m foram "convidadas" pela Petrobras para participar do processo de concorr�ncia.