S�o Paulo, 09 - A Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico Federal afirmam que n�o encontraram, durante busca e apreens�o no escrit�rio da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio S�rgio Cabral (PMDB), contrato entre o Banco Schahin e o Hotel Portobello e a banca. O Ancelmo Advogados � alvo de investiga��o pelo "crescimento vertiginoso" durante os dois mandatos de Cabral (2007 a 2014).
A Opera��o Calicute, desdobramento da Lava Jato que prendeu o casal, afirma que a investiga��o refor�ou os ind�cios de que o Ancelmo Advogados "� de fato utilizado para a lavagem de recursos esp�rios obtido pela organiza��o criminosa liderada pelo seu marido".
"Corroborando a inexist�ncia de presta��o de servi�os que justificasse a origem dos recursos, em dilig�ncia de busca e apreens�o no escrit�rio Ancelmo Advogados n�o foram encontrados documentos f�sicos ou digitais acerca da empresa Banco Schahin, conforme informa��o oficial da equipe da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico Federal que l� esteve. Na mesma ocasi�o, segundo os informes, os s�cios Thiago de Arag�o Gon�alves Pereira e Silva e Paula Menna Barreto Marques afirmaram desconhecer a exist�ncia de presta��o de servi�os ou contrato celebrado entre o escrit�rio e as empresas Banco Schahin e Hotel Portobello", afirma a Procuradoria.
A banca Ancelmo Advogados recebeu R$ 35,83 milh�es de dez empresas, segundo a for�a-tarefa formada pelos procuradores Lauro Coelho Junior, Jos� Augusto Sim�es Vagos, Eduardo Ribeiro Gomes El Hage, Leonardo Cardoso de Freitas, Renato Silva de Oliveira e Rodrigo Tim�teo da Costa e Silva. Na lista de empresas que supostamente tiveram contrato com o escrit�rio de Adriana est� o Banco Schahin - a institui��o financeira pagou a Ancelmo Advogados R$ 726.565,64.
"� de se notar que as circunst�ncias de alguns pagamentos causam esp�cie, como os feitos pelo Banco Schahin", afirma a Procuradoria.
A for�a-tarefa destaca que a gerente financeira do escrit�rio, Michelle Tomaz Pinto, "afirmou desconhecer a exist�ncia de contratos ou faturamentos relativos �s empresas Banco Schahin, EBX Holding, Braskem, Hotel e Resort Portobello ou Reginaves - Frango Rica".
"Indagada sobre a exist�ncia de contratos e faturamentos para o Banco Schahin, EBX Holding, Braskem a declarante esclarece que n�o passaram documentos e dados de controle sobre servi�os prestados por sua m�o; que, indagada se sabe se os mesmos eram clientes do escrit�rio, a declarante informa que n�o sabe se os mesmos eram clientes pois nunca viu faturamento ou processos relativos aos mesmos", diz o depoimento da gerente financeira do escrit�rio de advocacia.
"Indagada se sobre essas �ltimas empresas a declarante viu pastas, men��es a a��es, relat�rios, pareceres ou outros que possam configurar que tais pessoas jur�dicas eram clientes do escrit�rio, a declarante informa que no per�odo em que estava no escrit�rio n�o viu nenhum documento mencionado relativos a essas pessoas jur�dicas."
Uma dos neg�cios do Banco Schahin foi alvo de investiga��o da Opera��o Lava Jato. O pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, protagonizou um emblem�tico empr�stimo de R$ 12 milh�es junto ao banco, em outubro de 2004. O dinheiro, segundo o pr�prio pecuarista, foi destinado ao PT, na ocasi�o em dificuldades de caixa.
Em troca do empr�stimo, o Grupo Schahin foi favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilh�o sem licita��o com a Petrobras, em 2009, para operar o navio sonda Vit�ria 10.000. Lula, que n�o � acusado nesta a��o, teria dado a "b�n��o" ao neg�cio - o que � negado pela defesa do petista. Bumlai foi condenado pelo juiz federal S�rgio Moro a 9 anos e 10 meses de pris�o por gest�o fraudulenta de institui��o financeira e corrup��o na Opera��o Lava Jato.
Defesas
"O Banco Schahin foi vendido ao BMG h� mais de 5 anos, e nos registros remanescentes n�o foram encontrados pagamentos para esse escrit�rio", manifestou-se a defesa do Banco Schahin.