Bras�lia, 15 - Entre as cr�ticas que desabaram em Bras�lia sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, as mais duras vieram n�o do Congresso, mas do colega de Supremo Gilmar Mendes. Fux, por�m, procurou relativizar. "O ministro Gilmar Mendes tem uma forma peculiar de criticar, e a�, dependendo do limite onde chegue, eu acho que � natural que haja essa adversidade. Por isso, em alguns votos do STF, a vota��o nunca � por unanimidade, sempre por maioria", disse, antes da sess�o desta tarde do Supremo.
O "limite" a que se referiu ainda n�o foi atingido, segundo Fux. "Eu acho que faz parte da maneira dele de exteriorizar as cr�ticas. Eu respeito, sou colega dele, sou vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do qual ele � presidente, temos relacionamento amistoso, julgamos juntos hoje (quinta-feira) de manh�. Isso, digamos assim, ele est� fazendo uso de sua liberdade de express�o, como fa�o tamb�m."
No julgamento no TSE em que estiveram juntos, mais cedo, Gilmar Mendes voltou a soltar farpas sobre Fux. Chegou a dizer ao ministro que o "Supremo n�o faz do quadrado redondo", em meio a uma discuss�o acalorada sobre a aplica��o de jurisprud�ncia da Lei da Ficha Limpa em processos no TSE. "N�o tenho conhecimento de nenhuma ofensa dirigida a mim", reiterou Fux.
Diferen�as
No pleno do Supremo Tribunal Federal, h� oito dias, o ministro Luiz Fux havia dito sobre a decis�o colegiada que resguardou o cargo de Renan Calheiros na presid�ncia do Senado: "N�o estamos agindo com temor nem com receio, estamos agindo com a responsabilidade pol�tica que nos imp�e".
A motiva��o por tr�s da decis�o da maioria de salvar Renan era o resgate da harmonia entre Judici�rio e Legislativo, amea�ada dia sim, dia n�o por medidas que ora v�m de um poder, ora do outro.
Uma semana depois, Fux tomou uma decis�o que alvoro�ou o Congresso ao anular a vota��o da C�mara de pacote anticorrup��o que j� tramitava no Senado. Mas, perguntado pelo jornal "O Estado de S. Paulo" sobre se mudou de postura, afirmou que n�o. Que as situa��es s�o diferentes. Tamb�m afirmou que n�o v� como a decis�o possa criar crise entre Judici�rio e Legislativo.
"O que se falou ali (caso Renan), e eu tenho tamb�m a certeza de que foi prudente, foi no sentido de que t�nhamos muitas mat�rias para serem julgadas, em primeiro lugar. E em segundo lugar porque n�o havia previs�o constitucional de tirar o presidente do Senado sem obedi�ncia do devido procedimento. Isso aqui n�o tem nada a ver com aquela quest�o anterior", disse Fux.