Delator da Odebrecht cita reuni�o com Temer e Cunha

Bras�lia, 16 - O Pal�cio do Planalto confirmou nesta quinta-feira, 15, que o presidente Michel Temer se encontrou em 2010 no seu escrit�rio pol�tico em S�o Paulo com o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acompanhado de um "empres�rio" que estava interessado em ajudar campanhas do PMDB. A manifesta��o do governo foi em resposta a reportagens publicadas nos sites da revista Veja e do jornal Folha de S.Paulo, que afirmam que M�rcio Faria, ex-presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, relatou em dela��o premiada que Temer e Cunha pediram recursos para a campanha eleitoral daquele ano em troca de beneficiar a empreiteira em contratos com a Petrobras.

O executivo terminou nesta quinta a fase de depoimento ao Minist�rio P�blico Federal. O Planalto afirmou que Temer "imagina" que o encontro em 2010 tenha sido com Faria, mas o presidente "n�o tem certeza porque n�o se lembra direito".

Esta � a segunda colabora��o de funcion�rios da Odebrecht em que Temer � citado. Em sua dela��o, o ex-diretor de Rela��es Institucionais da empreiteira Cl�udio Melo Filho disse que o peemedebista pediu a Marcelo Odebrecht R$ 10 milh�es para as campanhas do partido em 2014 durante encontro no Pal�cio do Jaburu. Neste caso n�o h�, at� o momento, vincula��o da doa��o com contrapartida em obras.

J� na dela��o de Faria, segundo a Folha de S.Paulo, a libera��o de recursos para as campanhas estaria relacionada a benef�cios � Odebrecht nas obras do projeto Plano de A��o de Certifica��o em Seguran�a, Meio Ambiente e Sa�de (PAC SMS) da Petrobras. � �poca, Temer era deputado federal e candidato a vice-presidente na chapa da petista Dilma Rousseff. Cunha era candidato � reelei��o na C�mara.

Em 2013, o jornal

O Estado de S. Paulo

revelou que o Minist�rio P�blico Federal investigava suspeitas de superfaturamento neste contrato da Odebrecht com a Petrobras, com valor de US$ 825,6 milh�es. O neg�cio se referia a servi�os na �rea de seguran�a e meio ambiente em dez pa�ses e inclu�a pagamentos considerados ind�cios claros de irregularidades - R$ 7,2 milh�es pelo aluguel de tr�s m�quinas de fotoc�pias na Argentina e R$ 3,2 milh�es pelo aluguel de um terreno nos Estados Unidos.

No depoimento, de acordo com o jornal, Faria relatou que tamb�m participou do encontro Jo�o Augusto Henriques, apontado como um dos lobistas do PMDB na estatal petrol�fera.

Embora tenha afirmado n�o se lembrar quem era o "empres�rio", Temer, por meio da assessoria, disse que "a pessoa estava interessada em ajudar o PMDB", e que, no "r�pido encontro" que teve naquela �poca, "n�o se falou em doa��o nem em obras da Petrobras".

O governo afirmou que n�o teve acesso � dela��o. O Planalto informou que n�o sabe o que o ex-presidente da C�mara conversou com o executivo. "Se Eduardo Cunha teve algum tipo de acerto ou acordo, o presidente n�o participou disso", disse um assessor de Temer.

Perguntas

Preso na Lava Jato acusado de receber recursos desviados da Petrobras, Cunha arrolou Temer como testemunha de defesa. Uma das perguntas que seriam encaminhadas ao presidente questionava se ele tinha conhecimento "se houve alguma reuni�o com fornecedores da �rea internacional da Petrobras com vistas � doa��o de campanha para as elei��es de 2010, no seu escrit�rio pol�tico (...) juntamente com o sr. Jo�o Augusto Henriques". Essa pergunta foi indeferida pelo juiz S�rgio Moro, al�m de outras 20, sob argumento de que eram "inapropriadas". As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.