S�o Paulo, 16 - O pastor Silas Malafaia chegou � Pol�cia Federal em S�o Paulo na tarde desta sexta-feira, 16, para depor sobre as suspeitas que pesam contra ele de lavar dinheiro de um esquema de fraudes de royalties.
Alvo da Opera��o Tim�teo, o pastor tem contra si um mandado de condu��o coercitiva, expedido pela Justi�a Federal em Bras�lia. Ele � investigado por supostamente receber valores do principal escrit�rio de advocacia investigado no caso.
Mafalaia est� em S�o Paulo, onde inaugurou uma igreja no �ltimo fim de semana, segundo informou a �rea de comunica��o da Igreja Assembleia de Deus Vit�ria em Cristo, que preside.
A Pol�cia Federal trabalha com a hip�tese de que Malafaia teria emprestado contas correntes de uma institui��o religiosa sob sua influ�ncia com a inten��o de ocultar a origem il�cita de valores.
� entrada da PF, Malafaia afirmou que recebeu uma "doa��o pessoal" no valor de R$ 100 mil. Ele negou envolvimento com o esquema desmontado pela Tim�teo.
Segundo o pastor, um empres�rio foi apresentado a ele por um outro pastor. Ele disse que "orou" pelo empres�rio que, depois, fez a doa��o de R$ 100 mil por meio de um dep�sito em sua conta pessoal. Malafaia afirma ter recolhido os impostos referentes � "doa��o".
Antes de entrar no pr�dio da PF, no bairro da Lapa, o pastor declarou que sofre uma "persegui��o" da Justi�a. Alegou que em v�rias ocasi�es defendeu responsabiliza��o dos exageros do Judici�rio.
O diretor do Departamento Nacional de Produ��o Mineral, Marco Antonio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF. A Opera��o Tim�teo envolve ainda Alberto Jatene, filho do governador do Par�, Sim�o Jatene (PSDB).
Os policiais fizeram buscas e apreens�es em 52 diferentes endere�os relacionados a um esquema de corrup��o em cobran�as judiciais de royalties da explora��o mineral (65% da chamada Compensa��o Financeira pela Explora��o de Recursos Minerais - CFEM - tem como destino os munic�pios). Em 2015, os valores recolhidos a t�tulo de CFEM chegaram a quase R$ 1,6 bilh�o.
A Tim�teo investiga se o diretor do Departamento Nacional de Produ��o Mineral, detentor de informa��es privilegiadas a respeito de d�vidas de royalties, oferecia os servi�os de dois escrit�rios de advocacia e uma empresa de consultoria a munic�pios com cr�ditos de CFEM junto a empresas de explora��o mineral.
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justi�a Federal de Bras�lia, determinou ainda que os munic�pios se abstenham de realizar quaisquer atos de contrata��o ou pagamento aos tr�s escrit�rios de advocacia e consultoria sob investiga��o.
De acordo com a Pol�cia Federal, o esquema se dividia em ao menos 4 grandes n�cleos: o n�cleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua mulher, realizava a capta��o de prefeitos interessados em ingressar no esquema; o n�cleo operacional, composto por escrit�rios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes p�blicos; o n�cleo pol�tico, formado por agentes pol�ticos e servidores p�blicos respons�veis pela contrata��o dos escrit�rios de advocacia integrantes do esquema; e o n�cleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na oculta��o e dissimula��o do dinheiro.
A Opera��o Tim�teo come�ou ainda em 2015, quando a ent�o Controladoria-Geral da Uni�o enviou � PF uma sindic�ncia que apontava incompatibilidade na evolu��o patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade p�blica pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milh�es.