Bras�lia, 10 - Rodeado por deputados do baixo clero, o l�der do PTB, Jovair Arantes (GO), lan�ou nesta ter�a-feira, 10, a sua candidatura � presid�ncia da C�mara. Preterido pelo Pal�cio do Planalto, ele apostou no discurso de independ�ncia para conquistar o apoio dos colegas e impedir a reelei��o do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Al�m de nomes do PTB, cerca de 20 deputados do Solidariedade, PROS, PP, PSC e PSL compareceram ao lan�amento que foi realizado no Sal�o Negro da C�mara e ficou lotado de prefeitos e vereadores de cidades de Goi�s, Estado de Jovair. Integrantes do PMDB e o novo l�der do PT, Carlos Zarattini (SP), tamb�m participaram.
O deputado Rog�rio Rosso (PSD-DF), que lan�ou a sua candidatura ao cargo na v�spera, chegou a fazer uma fala r�pida durante a cerim�nia. Ele, que n�o descarta desistir de concorrer, disse que a estrat�gia ser� cada um dos dois buscar votos separadamente, para depois junt�-los mais � frente.
Em seu discurso, Jovair afirmou que, se eleito, vai colocar em pauta os projetos considerados priorit�rios pelo governo, mas ponderou que a aprova��o da mat�ria vai depender dos deputados. "Quem vota � o deputado. O voto � unit�rio, � pessoal, individual, e a eles, aos deputados, cabe a decis�o sobre se o projeto � bom ou se o projeto � ruim", afirmou.
Seus aliados, por�m, adotaram um tom mais duro. "A C�mara tem que ter um pouco de independ�ncia. N�o podemos ter aqui um candidato do Pal�cio do Planalto", disse o l�der do Solidariedade, deputado Paulinho da For�a (SP). Ele tamb�m pontuou que a Casa precisa de um presidente que olhe para o que "pensam todos deputados" e n�o apenas as lideran�as dos partidos.
Representando o nanico PSC, com apenas dez parlamentares, o professor Vict�rio Galli (MT), afirmou que o novo presidente da C�mara precisa "corrigir" o fato de as mat�rias encaminhadas pelo Executivo sempre terem prioridade. "N�o sobra tempo para votarmos os nossos projetos."
Em 2015, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) tamb�m chegou � presid�ncia da C�mara com o apoio do chamado baixo clero e com o discurso de independ�ncia em rela��o ao governo da ent�o presidente Dilma Rousseff.
Ap�s a cerim�nia, ao ser questionado se iria focar a sua campanha para conquistar votos de deputados de partidos nanicos, Jovair desconversou e afirmou que o seu objetivo era respeitar o mandato de cada deputado. "Eles querem um candidato que respeite o mandato deles, respeite a sua individualidade, n�o levando em considera��o o tamanho do Estado, o tamanho da bancada, mas levando em considera��o o seu mandato, que � soberano, e que precisa ser respeitado", disse.
Para o l�der do PTB, o papel do presidente da C�mara tem de ser fazer com "que o protagonismo da Casa chegue tamb�m a esses deputados, que n�o t�m nenhuma relatoria importante, que n�o t�m um projeto seu sendo votado".
Maia
Jovair e seus aliados tamb�m n�o pouparam o atual presidente da C�mara de cr�ticas. O l�der do PTB voltou a repetir que Maia � o �nico entre os 513 deputados que precisa recorrer a pareceres jur�dicos para disputar a elei��o. A recondu��o do democrata tem sido questionada no Supremo Tribunal Federal (STF). Para os advers�rios, Maia n�o poderia concorrer a reelei��o durante a mesma Legislatura, mesmo tendo sido eleito para um mandato-tamp�o ap�s a cassa��o de Cunha.
Correligion�rio de Jovair, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) questionou, sem citar nomes, o fato de Maia ter sido citado na dela��o de um executivo da Odebrecht. "Jovair � um nome limpo, que em nenhum momento foi citado na Lava Jato. Quem j� teve o nome citado, n�o poderia nem estar concorrendo", afirmou.