
Ao pedir autoriza��o � Justi�a para vasculhar dois im�veis do ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo/Michel Temer), a Procuradoria da Rep�blica, no Distrito Federal, afirma que o peemedebista fez parte de uma organiza��o criminosa. Geddel � investigado por corrup��o passiva na Opera��o Cui Bono?, deflagrada nesta sexta-feira, 13, que apura um esquema de fraudes na libera��o de cr�ditos junto � Caixa Econ�mica Federal que teria ocorrido pelo menos entre 2011 e 2013.
Geddel, ent�o vice-presidente de Pessoa Jur�dica da Caixa Econ�mica Federal, Marcos Roberto Vasconcelos, ent�o vice-presidente de Gest�o de Ativos do banco, Jos� Marques da Cruz, servidor de carreira da Caixa, o empres�rio Marcos Antonio Molina dos Santos, dirigentes de empresas dos ramos de frigor�ficos, de concession�rias de administra��o de rodovias, de empreendimentos imobili�rios e um operador do mercado financeiro teriam participado do esquema.
"A fundamenta��o apresentada pela autoridade policial � bastante consistente, sendo os fatos narrados na representa��o indicativos de que os investigados Geddel Quadros Vieira Lima, Marcos Roberto Vasconcelos, Jos� Henrique Marques da Cruz e Marcos Antonio Molina dos Santos faziam parte de uma verdadeira organiza��o criminosa", destaca o Minist�rio P�blico Federal.
Segundo a Procuradoria, "todos os elementos at� aqui apresentados demonstram uma sistem�tica il�cita para obten��o de recursos junto � Caixa Econ�mica Federal contando com a participa��o ativa do atual Secret�rio de Governo, Geddel Quadros Vieira Lima, quando este ainda era vice-presidente de Pessoa Jur�dica da Caixa Econ�mica Federal, bem como de Eduardo Cunha, e ainda do ent�o Vice-Presidente de Fundos de Governo e Loterias, Fabio Ferreira Cleto, al�m do operador Lucio Bolonha Funaro".
"Os ind�cios apontam para a corrup��o passiva de Geddel Vieira Quadros Lima, posto que, valendo-se seu cargo de vice-presidente de Pessoa Jur�dica da Caixa Econ�mica Federal, agia internamente, de forma orquestrada, para beneficiar empresas com libera��es de cr�ditos dentro de sua �rea de al�ada e fornecia informa��es privilegiadas para os outros membros da quadrilha que integrava, composta, ainda, por Eduardo Consentino, Fabio Ferreira Cleto e Lucio Bolonha Funaro, para que, com isso pudessem obter vantagens indevidas junto �s empresas benefici�rias dos cr�ditos liberados pela institui��o financeira, como a BR Vias, Oeste Sul Empreendimentos Imobili�rios S.A, Marfig S.A, J&F Investimentos S.A, Grupo Bertin JBS S.A, entre outras", aponta o Minist�rio P�blico Federal.
Agentes da Pol�cia Federal vasculharam um im�vel de Geddel no condom�nio Pedra do Valle, na rua Pl�nio Moscoso, no Jardim Apipema, em Salvador. Outro grupo de policiais vasculhou a resid�ncia do peemedebista em Interlagos, tamb�m na capital baiana.
Aliado muito pr�ximo do presidente Michel Temer, Geddel entregou o cargo e foi exonerado da Secretaria de Governo em 25 de novembro, em meio ao esc�ndalo protagonizado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que o acusou de pression�-lo para que o Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) autorizasse a constru��o de um residencial de alto padr�o em uma �rea nobre tombada em Salvador.
Calero pediu demiss�o da Cultura sob alega��o de que Geddel teria amea�ado levar o caso a Temer se n�o fosse atendido.
Marcos Roberto Vasconcelos foi indicado ao cargo pelo PT e exonerado no Governo Michel Temer (PMDB). O executivo teve um im�vel vasculhado em Maring�, no Paran�.
Segundo nota da PF, sete medidas de busca e apreens�o foram determinadas pelo Juiz da 10ª Vara da Justi�a Federal no Distrito Federal.
A investiga��o da Opera��o Cui Bono? � um desdobramento da Opera��o Catilin�rias, realizada em 15 de dezembro de 2015.
Naquela oportunidade os policiais federais encontraram um aparelho celular em desuso na resid�ncia do ent�o Presidente da C�mara do Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Submetido a per�cia e mediante autoriza��o judicial de acesso aos dados do dispositivo, a Pol�cia Federal extraiu uma intensa troca de mensagens eletr�nicas entre o Presidente da C�mara � �poca e o Vice-Presidente da Caixa Econ�mica Federal de Pessoa Jur�dica entre 2011 e 2013. As mensagens indicavam a poss�vel obten��o de vantagens indevidas pelos investigados em troca da libera��o para grandes empresas de cr�ditos junto � Caixa Econ�mica Federal, o que pode indicar a pr�tica dos crimes de corrup��o, quadrilha e lavagem de dinheiro.
Diante destes ind�cios os policiais passaram ent�o a investigar o caso, que tramitava no Supremo Tribunal Federal em raz�o de se tratar de investiga��o contra pessoas detentoras de prerrogativa de foro por fun��o. Por�m, em virtude dos afastamentos dos investigados dos cargos e fun��es p�blicas que exerciam, o Supremo Tribunal Federal decidiu declinar da compet�ncia e encaminhar o inqu�rito � Justi�a Federal do DF.
O nome da opera��o � uma refer�ncia a uma express�o latina que, traduzida, significa literalmente, "a quem beneficia?" A frase, atribu�da ao c�nsul Romano L�cio C�ssio Ravila, � muito empregada por investigadores com o sentido de sugerir que a descoberta de um poss�vel interesse ou beneficiado por um delito pode servir para descobrir o respons�vel maior pelo crime.
Caixa
Alvo da Pol�cia Federal, que fez buscas no edif�cio-sede da institui��o, em Bras�lia, a Caixa informou, em nota, que presta irrestrita colabora��o com as investiga��es. "Em rela��o � Opera��o da Pol�cia Federal realizada nesta sexta-feira (13 de janeiro) e no que diz respeito � Caixa, esclarecemos que o banco est� em contato permanente com as autoridades, prestando irrestrita colabora��o com as investiga��es, procedimento que continuar� sendo adotado pela Caixa."