A Opera��o Efici�ncia, desdobramento da Calicute - fase da Lava-Jato no Rio - descobriu que o empres�rio Eike Batista pagou propina de US$ 16,5 milh�es para o ex-governador S�rgio Cabral (PMDB) por meio da conta Golden Rock no TAG Bank, no Panam�. Eike est� sendo procurado pela Pol�cia Federal. Segundo a defesa do empres�rio ele est� em viagem fora do Pa�s, mas vai se entregar.
Para dar apar�ncia de legalidade � opera��o foi realizado em 2011 um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset Mining Fuind Llc, holding de Batista, e a empresa Arcadia Associados, por uma falsa intermedia��o na compra e venda de uma mina de ouro.
A Arcadia recebeu os valores il�citos numa conta no Uruguai, em nome de terceiros mas � disposi��o do peemedebista. Da opera��o de repasse de US$ 16,5 milh�es via conta no Panam�, teria participado Fl�vio Godinho, vice-presidente de futebol do Flamengo e do Grupo EBX, tamb�m alvo de mandado de pris�o na a��o deflagrada nesta quinta-feira, 26.
Os investigadores apontam o envolvimento de Eike e Cabral em lavagem de US$ 100 milh�es no exterior. A maior parte desse dinheiro - R$ 270 milh�es - j� foi repatriada, segundo os procuradores da Rep�blica que investigam Eike e Cabral.
Na nova fase das investiga��es sobre a organiza��o criminosa supostamente liderada pelo ex-governador do Rio, o Minist�rio P�blico Federal pediu � Justi�a a decreta��o de dez pris�es preventivas - por tempo indeterminado -, quatro condu��es coercitivas e o cumprimento de buscas e apreens�es em 27 endere�os no Rio, Niter�i, Miguel Pereira e Rio Bonito.
A pedido do MPF, foram ordenadas as pris�es de Eike Batista e do advogado Fl�vio Godinho, investigados por corrup��o ativa com o uso de contrato fict�cio, e quatro membros da organiza��o: �lvaro Novis, S�rgio de Castro Oliveira, Thiago Arag�o (Ancelmo Advogados) e Francisco Assis Neto. As condu��es coercitivas se destinam � tomada dos depoimentos de Susana Neves e Maur�cio Cabral - ex-mulher e irm�o de Cabral -, de Eduardo Plass (TAG Bank e gestora de recursos Opus) e de Luiz Arthur Andrade Correia, preso na 34.ª fase da Lava Jato, em setembro.
Com a Opera��o Efici�ncia, a For�a-Tarefa Lava-Jato no Rio de Janeiro aprofunda a apura��o de um esquema usado por Cabral e pelos demais investigados para ocultar mais de US$ 100 milh�es (valor superior a R$ 340 milh�es) remetidos ao exterior. A investiga��o, concentrada nos crimes de corrup��o (ativa e passiva), lavagem e evas�o dos recursos, tem avan�ado com base em quebras de sigilo (banc�rio, fiscal, telef�nico e telem�tico) e em acordos de colabora��o premiada.
Segundo os procuradores, a organiza��o criminosa movimentou, em dez meses - agosto de 2014 a junho de 2015 -, R$ 39,7 milh�es, ou cerca de R$ 4 milh�es por m�s.
"A remessa de valores para o exterior foi cont�nua entre 2002 e 2007, quando Cabral acumulou US$ 6 milh�es", afirmam os procuradores. "Mas esse alto valor em nada se compararia �s surreais quantias amealhadas durante a gest�o do governo do Estado do Rio de Janeiro, quando ele acumulou mais de US$ 100 milh�es em propinas, distribu�das em diversas contas em para�sos fiscais no exterior", afirmam os procuradores Leonardo Cardoso de Freitas, Jos� Augusto Vagos, Eduardo El Hage, Renato Silva de Oliveira, Rodrigo Tim�teo da Costa e Silva, Jess� Ambr�sio Junior, Rafael Antonio Barreto dos Santos, S�rgio Pinel e Lauro Coelho Junior, coautores da peti��o da Opera��o Efici�ncia.
"Sua organiza��o criminosa foi extremamente bem sucedida em seus objetivos, amealhou imensa fortuna distribu�da a seus membros. E parte desses valores se descortina com esta medida cautelar". Dizem.
Eike Batista, Godinho e Cabral tamb�m s�o suspeitos de terem cometido atos de obstru��o da investiga��o, porque numa busca e apreens�o em endere�o vinculado ao empres�rio em 2015 foram apreendidos extratos que comprovavam a transfer�ncia dos valores il�citos da conta Golden Rock para a empresa Arc�dia.
Naquela ocasi�o, os tr�s investigados "orientaram os donos da Arcadia a manterem perante as autoridades a vers�o de que o contrato de intermedia��o seria verdadeiro". "De maneira sofisticada e reiterada, Eike Batista utiliza a simula��o de neg�cios jur�dicos para o pagamento e posterior oculta��o de valores il�citos, o que comprova a necessidade da sua pris�o para a garantia da ordem p�blica", afirmam os nove procuradores correspons�veis pela Opera��o Efici�ncia.