J�lio Delegado lan�a candidatura � C�mara e diz que vai ao STF contra Maia

Bras�lia, 30 - O deputado J�lio Delgado (PSB-MG) lan�ou nesta segunda-feira, 30, a sua candidatura � presid�ncia da C�mara e disse que vai entrar com um mandado de seguran�a no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a reelei��o do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para Delgado, al�m de a candidatura de Maia ser inconstitucional, o fato de o deputado do DEM ter assinado, em 22 de dezembro, um ato definindo o rito da elei��o para a Mesa Diretora da C�mara o impede de ser candidato na pr�xima quinta-feira, 2.

"Eu tenho a convic��o de que o Rodrigo (Maia), atual presidente, n�o ser� candidato no dia 2 de fevereiro, ele est� impedido por um pr�prio ato que ele subscreveu", disse o deputado do PSB.

Segundo Delgado, o regimento interno da C�mara afirma que no terceiro ano da Legislatura, como � o caso agora, o presidente da Casa pode estabelecer o cronograma porque a Constitui��o pro�be a sua reelei��o para o cargo. "Se o presidente da C�mara assinou um ato, dando o rito, a hora e o local da elei��o, ele n�o pode ser candidato. E se ele for candidato, esse ato tem que ser nulo", disse.

Para o deputado do PSB, se Maia assinou o ato do dia 22, � porque ele n�o tinha inten��o de ser candidato, caso contr�rio n�o poderia ter deliberado sobre o assunto que lhe interessava diretamente. "Portanto, como deputado Rodrigo Maia n�o pode participar das elei��es, abre um outro leque, e faz com que a gente tenha uma margem para lan�ar a candidatura", afirmou.

Delgado disse ainda que vai conversar com os demais candidatos, para que eles tamb�m subscrevam a a��o que ser� impetrada no Supremo. At� agora, outras tr�s a��es questionam a candidatura de Maia na Corte, uma delas impetradas pelo deputado Andr� Figueiredo (PDT-CE), que tamb�m est� na disputa.

"Eu n�o tenho d�vida que n�s temos hoje quatro ou cinco a��es no Supremo e at� na quinta podemos ter dezenas, a� � uma quest�o do Supremo designar", disse.

Apesar da investida de Delgado, ministros do Supremo j� sinalizaram que consideram a reelei��o de Maia essa uma quest�o "interna corporis", isto �, que diz respeito � C�mara e que n�o cabe uma � Corte interferir no assunto.

Candidatura avulsa

O deputado tamb�m afirmou que a sua candidatura � avulsa, ou seja, n�o tem o apoio do seu partido, o PSB, que j� deliberou apoio � candidatura de Maia. Ele disse ainda que, se for eleito, manter� uma postura independente em rela��o ao governo do presidente Michel Temer. "A C�mara n�o precisa de um novo l�der do governo, nem de um presidente de oposi��o", disse.

At� agora, a disputa pela presid�ncia da C�mara conta com quatro candidatos. Al�m de Delgado, Maia e Figueiredo, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) tamb�m vai concorrer ao cargo. At� quinta-feira, por�m, esse n�mero pode aumentar. O PSOL, por exemplo, decide nesta ter�a se vai ou n�o lan�ar candidato pr�prio.

Lava Jato

Durante o lan�amento de sua candidatura � presid�ncia da C�mara, o deputado J�lio Delgado (PSB-MG) disse que diante da imin�ncia de uma dela��o, n�o se pode deixar que a Casa viva a mesma instabilidade pol�tica de 2016. "N�o podemos deixar que aconte�a de novo o que ocorreu no ano passado", disse o advers�rio pol�tico do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no Paran� acusado de envolvimento no esquema de corrup��o investigado pela Opera��o Lava Jato.

Delgado disse que se surpreendeu com a homologa��o das 77 dela��es de executivos da Odebrecht pela presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra C�rmen L�cia. Ele defende a divulga��o das dela��es porque o sigilo, segundo ele, pode beneficiar alguns congressistas neste momento. "Espero que seja concedido (a publicidade) pelo bem da sociedade. A Casa n�o pode viver esse suspense", declarou.

"Quanto maior a transpar�ncia, melhor para a sociedade. Vazamentos seletivos n�o s�o bons", concordou o deputado Alu�sio Mendes (PTN-MA), um dos defensores dos interesses de policiais federais na Casa.

Mendes pregou que C�rmen libere o conte�do das declara��es dos executivos antes da elei��o das Mesas Diretoras da C�mara e do Senado. "Quanto mais cedo tomarmos conhecimento, menos problemas teremos", afirmou.