
Em depoimento ao juiz federal S�rgio Moro, nesta sexta-feira, o senador cassado Delc�dio do Amaral (Ex-PT) voltou a acusar o ex-ministro Ant�nio Palocci de fazer a ponte entre os interesses do governo, � �poca da gest�o petista, e os empres�rios para beneficiar campanhas pol�ticas. Delc�dio prestou depoimento como testemunha de acusa��o na a��o penal que investiga o ex-ministro, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais 13 pessoas. Eles foram denunciados pelos crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro.
Segundo Delc�dio, Palocci teria uma influ�ncia muito grande entre o empresariado. “O ex-ministro Palocci transitava muito bem entre os empres�rios. Ele era a pessoa que fazia contatos com os empres�rios.” Questionado pela defesa do ex-ministro se acompanhou negocia��es entre Palocci e os empres�rios para arrecadar recursos para campanhas pol�ticas, afirmou: “eu n�o participava dessa 'entorragem', mas eu tinha as informa��es necess�rias para compreender o papel do ex-ministro Palocci na arrecada��o de recursos nas campanhas”.
Segundo o advogado de Palocci, Jos� Roberto Batochio, o senador cassado n�o trouxe provas que incriminem o ex-ministro. “O senador Delc�dio disse que tudo o que ele sabia n�o tinha presenciado nada. Disse que tudo o que falou ele ouviu dizer de terceiros. Ent�o estamos numa situa��o do 'disse que me disse', do 'ser� que pode ser'. Isso n�o � prova. De modo que acabada a prova do Minist�rio P�blico Federal, o saldo incriminat�rio � igual a zero. Para condenar, vai ter que fazer muita for�a. Ter� que fazer um 'salto triplo carpado com twist'”.
Tamb�m prestaram depoimento na tarde desta sexta-feira (3), o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e o engenheiro Zwi Skornicki. Os dois negaram ter tratado de pagamento de propina com Palocci. Quando Barusco detalhava o repasse de propina no esquema de corrup��o da estatal, S�rgio Moro perguntou se ele tinha conhecimento da participa��o de Palocci nas atividades, o ex-gerente disse: “n�o tenho conhecimento. Eu sei que o Jo�o Ferraz [ex-diretor presidente da empresa Sete Brasil] conversava com ele. Sei que eles se reuniam, mas n�o sei qual era a agenda desses encontros. Eles se reuniram mais de uma vez, mas n�o era uma coisa frequente”.
De acordo com a den�ncia do Minist�rio P�blico Federal, Palocci e a construtora Odebrecht teriam estabelecido um “amplo e permanente esquema de corrup��o” entre 2006 e 2015. O esquema envolveria o pagamento de propina ao PT. Os procuradores do MPF afirmam que o ex-ministro teria atuado de modo a garantir que a empreiteira vencesse licita��o da Petrobras para a contrata��o de 21 sondas, mas a defesa de Palocci nega as acusa��es.