S�o Paulo, 10 - Entre os nove denunciados nesta sexta-feira, 10, pela Procuradoria da Rep�blica na Opera��o Efici�ncia est� a advogada Adriana de Lourdes Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio S�rgio Cabral (PMDB).
Segundo a den�ncia, uma propina no valor de R$ 1 milh�o foi paga pelo empres�rio Eike Batista a Cabral por meio do escrit�rio de Adriana, em janeiro de 2013. Para ocultar o repasse milion�rio foi firmado um contrato entre o escrit�rio da mulher de Cabral e a EBX, de Eike.
Cabral, Adriana e Eike est�o presos em Bangu, no Rio. Nesta sexta-feira, al�m do trio, foram denunciados � Justi�a mais seis investigados na Efici�ncia. A Procuradoria sustenta que a propina foi paga a Cabral "por meio da simula��o de presta��o de servi�os advocat�cios".
Eike determinou a Fl�vio Godinho - ex-vice-presidente de futebol do Flamengo -, "seu bra�o direito, que operacionalizasse o pagamento atrav�s do escrit�rio Coelho e Ancelmo Advogados". A den�ncia destaca que Godinho "entrou em contato com Adriana e ajustou, para viabilizar o pagamento da propina, a simula��o de presta��o de servi�os advocat�cios que nunca existiram".
"Em janeiro de 2013, a partir do ajuste efetuado entre Fl�vio Godinho e Adriana Ancelmo, o valor da propina aven�ada, de R$ 1 milh�o, foi pago integralmente por meio de transfer�ncia banc�ria pela EBX ao referido escrit�rio de advocacia", acusam os nove procuradores da for�a-tarefa da Efici�ncia.
"Tal opera��o permitiu ainda a lavagem dos capitais pagos a S�rgio Cabral como propina, de forma que os recursos fossem recebidos por sua esposa Adriana Ancelmo em seu escrit�rio de advocacia como se l�citos fossem, aparentando decorrer da presta��o de servi�os advocat�cios."
Em 2011, Eike j� havia pago uma propina ainda mais alentada a Cabral, segundo os investigadores, no montante de US$ 16,5 milh�es (R$ 51,9 milh�es).
A propina de R$ 1 milh�o foi descoberta pela Procuradoria e Pol�cia Federal por meio da quebra do sigilo banc�rio da EBX.
Na Opera��o Calicute, que antecedeu Efici�ncia, o Minist�rio P�blico Federal j� alertava para as "circunst�ncias suspeitas" de alguns pagamentos ao escrit�rio de advocacia Ancelmo Advogados por concession�rias de servi�os p�blicos do governo do Rio, durante a gest�o S�rgio Cabral, bem como por outras empresas envolvidas em esc�ndalos de corrup��o anteriores.
"Em rela��o � EBX Holding, controlada por Eike Batista, chamou a aten��o nos afastamentos de sigilo banc�rio um pagamento pontual no valor de R$ 1 milh�o � Coelho & Ancelmo Advogados em 4 de janeiro de 2013, ainda mais por ser de conhecimento not�rio que o referido empres�rio possu�a uma gama de neg�cios no Estado do Rio de Janeiro que dependiam de atos do poder p�blico fluminense", assinala a acusa��o.
Segundo a den�ncia, Cabral pediu o R$ 1 milh�o em dezembro de 2012. Em janeiro de 2013, a partir do ajuste efetuado entre Godinho e Adriana, foi expedida a nota fiscal referente a honor�rios advocat�cios no valor total de R$ 1.065.530,10 - o valor l�quido recebido pelo escrit�rio foi no exato valor da propina de R$ 1 milh�o, "pagos integralmente por meio de transfer�ncia banc�ria pela EBX ao escrit�rio de advocacia".