O membro da Assembleia Nacional Equatoriana solicitou ao juiz federal S�rgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba - respons�vel pelos processos da Lava-Jato, em primeira inst�ncia - c�pias das dela��es de Trombeta.
"A presente solicita��o se d� pelo motivo de que o senhor Roberto Trombeta, em um trecho de sua colabora��o, cita atividades il�citas ocorridas no Equador", escreve o advogado Rafael Paes Cavassin, constitu�do no Brasil para representar o congressista.
Trombeta prestou depoimento como delator em junho de 2015. Afirmou ter lavado R$ 28 milh�es em dinheiro ilegal para a OAS no Brasil, abrindo empresas offshores, fazendo falsos contratos e fornecendo dinheiro vivo na sede da empresa.
Um dos termos da colabora��o, trata tamb�m de sua atua��o no exterior, para movimenta��o de dinheiro da OAS no Peru e no Equador e relacionados a neg�cios no Chile e na Espanha. Ele teria movimentado US$ 14,67 milh�es nesses neg�cios.
Falsos contratos
Na dela��o, ele contou que foi contratado em 2012 para "prestar servi�o de consultoria no exterior" para a OAS e que cuidou de uma offshore aberta no Panam� para movimentar dinheiro de unidades da empreiteira no Peru e Equador.
"Foi procurado pela OAS atrav�s da sua empresa Hedge Consultoria e apresentado a dois consultores uruguaios de nome Fernando Belhot e Marcelo Chakiyan ambos da empresa BGL Assessores Legales e Fiscales", registra seu termo de dela��o n�mero 2.
Estes consultores juntamente com profissionais da OAS apresentaram algumas estruturas de trabalha para fins de retirar recursos da subsidi�rias da OAS no Peru e Equador", contou Trombeta.
Na vers�o do delator, ele assumiu o controle da Kingsfield Consulting Corp, que foi "usada como canal de recebimentos de valores decorrentes do trabalho efetuado no Chile e na Espanha envolvendo as subsidi�rias da OAS no Peru e Equador".
Peru
No caso da movimenta��o de dinheiro para a unidade da OAS do Peru, Trombeta contou foi feito um contrato de "servi�os fict�cios de consultoria t�cnica" com empresa sediada no Chile, a Constructora Andreu Limitada, pelo valor de US$ 6,15 milh�es - pagos na conta da firma chilena.
"Esta sociedade chilena transferiu esses recursos a uma sociedade espanhola denominada DSC Workshop Obras Construcciones e Promociones SL, que recebeu US$ 5.996.250,00."
O dinheiro teria ainda transitado por conta de uma empresa holandesa at� chegar na conta da Kingsfield. "Em conta banc�ria no BPA, com sede em Andorra que recebeu um total de US$ 5.760.250,00", detalhou o delator. Os valores foram depositados em tr�s vezes entre 8 de novembro de 2012 e 12 de fevereiro de 2013.
O Peru � um dos pa�ses como investiga��es decorrentes da Lava Jato em fase mais avan�ada. A dela��o da Odebrecht resultou numa ordem de pris�o preventiva contra o ex-presidente Alejandro Toledo. Ele teria recebido cerca de US$ 20 milh�es para facilitar a aprova��o da constru��o da rodovia Transoce�nica, que liga o norte do Brasil � costa peruana, enquanto estava no governo de 2001 a 2006. As investiga��es atingem tamb�m o presidente Ollanta Humala.
A Lava-Jato chegou a 38 pa�ses, n�o s� d� Am�rica Latina, mas tamb�m na Europa e �sia.
Equador
No caso do Equador, que mais interessa ao congressista L�pez, o delator afirmou que movimentou US$ 9,1 milh�es em 2012, que passaram tamb�m pelas contas da offshore espanhola DSC Workshop - do caso do Peru -, de empresa holandesa, at� chegar na conta em Andorra, da Kingsfield.
Segundo Trombeta, essa conta chegou a receber US$ 14 milh�es das subsidi�rias da OAS. Desse montante, o delator disse que por ordem da empreiteira repassou US$ 8 milh�es para conta indicada pelo doleiro Alberto Youssef - pe�a central da Lava Jato - na Su��a.
S�o esses relatos que interessam ao congressista equatoriano. As autoridades do Equador integram o grupo que compartilha documentos com a Lava Jato no Brasil.
"Desta forma, para que seja apurados os fatos narrados e consequentemente a responsabiliza��o dos envolvidos por parte do Equador, que solicita a integra da presente colabora��o, assim sendo, contamos com o apoio do e a compreens�o por parte deste douto ju�zo", destaca o pedido do congressista, datado de 8 de fevereiro.