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Estado de Minas

M�scaras de pol�ticos para o carnaval encalham em BH

� baixa a procura por fantasia de ex-presidentes, alvos da Lava-Jato e at� o japon�s da Federal, que fizeram sucesso em anos anteriores


postado em 21/02/2017 06:00 / atualizado em 21/02/2017 07:30

Maria Oliveira acredita que todos se cansaram das 'baboseiras' dos políticos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Maria Oliveira acredita que todos se cansaram das 'baboseiras' dos pol�ticos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Vedetes em outros carnavais, as m�scaras dos pol�ticos brasileiros est�o em baixa entre os foli�es de Belo Horizonte. Aquelas que ainda s�o encontradas em lojas da capital s�o resto de estoque do ano passado, e mesmo com pre�os menores, continuam encalhadas nas prateleiras. Na tentativa de desovar o produto e reduzir o preju�zo, vale usar a criatividade e “transformar os personagens”.

No Rei do Chocolate, no Centro da capital, se algu�m estiver disposto a se fantasiar de pol�tico ainda tem dispon�vel as m�scaras do ex-senador Delc�dio do Amaral, do ex-deputado Eduardo Cunha e do empres�rio Marcos Val�rio – condenado pelo STF como operador do esquema conhecido como mensal�o. Mas no caso desse �ltimo, mais sucesso tem feito a vers�o “Chaves” – e n�o � a do ex-presidente da Venezuela, morto em 2013, mas do protagonista da s�rie mexicana que rodou o mundo.

Alguns exemplares de Marcos Val�rio ganharam pintinhas no rosto e o bon� de aviador que faz parte do figurino do personagem. Na �poca do Natal, a cabeleira branca de Delc�dio ajudou na confec��o de carinhas do Papai Noel para ornamentar a loja. “� uma forma de tentar vender o resto. Para este ano, nem fizemos novos pedidos”, conta Alexandre Carvalho, funcion�rio da loja.

Na Galeria do Ouvidor, a loja De Maria, especializada em fantasias e adere�os para o carnaval, estava lotada no meio da tarde de ontem. L� j� est�o empoeiradas, apesar de vendidas a apenas R$ 10, as m�scaras dos ex-presidentes Dilma e Lula, do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, de Delc�dio, de Cunha e at� de Newton Ishi, o japon�s da Pol�cia Federal – conhecido por sempre participar de opera��es que levaram pol�ticos para a pris�o.

“Estamos com a mesma caixa do ano passado. E ningu�m procurou pol�ticos at� agora. Acho que se cansaram da baboseira que eles dizem”, disse a gerente da loja, Maria Oliveira Gon�alves. Neste carnaval, segundo ela, est� bombando mesmo � o arco de unic�rnio – todo trabalhado a m�o e vendido a R$ 25.

Na Esquina das Festas, no Barro Preto, o propriet�rio Jailson Vieira Lopes conseguiu vender todas as m�scaras da ex-presidente Dilma durante a Copa do Mundo – per�odo marcado por muitos protestos contra a petista. Depois disso, ele diz que at� tentou comprar m�scaras de pol�ticos, mas n�o conseguiu fornecedores. “Ainda bem”, afirma Jailson. A �nica figura p�blica procurada para este carnaval foi a do presidente norte-americano Donald Trump. Que tamb�m n�o est� � venda.

Marchinhas Se as carinhas deles est�o em baixa, suas atitudes nada louv�veis est�o em alta. E servem de inspira��o para as marchinhas de carnaval. Os pol�ticos e a Opera��o Lava-Jato – que j� se tornou a maior investiga��o em curso no Brasil contra a corrup��o – s�o tema preferencial nas letras das m�sicas lan�adas pelos blocos.

O presidente Michel Temer, por exemplo, � o personagem tema da marchinha Presidento Transilv�nia, que se mudou para “uma capital onde o terreno � f�rtil para o mal”. O ritmo inicial � o da marcha f�nebre, e a letra diz que o presidente buscou no cemit�rio os integrantes de seu minist�rio. Na m�sica, Dilma Rousseff � tratada como uma “v�tima inocente”. “Dif�cil n�o temer, o terror est� no ar”, “vai buscar alho”, recomenda a m�sica.

A marchinha Caviar, de Zeca Pagodinho, ganhou a vers�o Voc� sabe o que � H�agen-Dazs. A letra � uma cr�tica � licita��o aberta pelo Planalto para a compra de alimentos para o avi�o presidencial. O edital previa um gasto de R$ 7,5 mil para a compra de 500 potes da marca norte-americana de sorvete. A licita��o foi cancelada, mas os compositores n�o perderam a oportunidade de fazer piada.

O prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria, virou tema de Pinto por cima, que aborda a pol�mica decis�o de apagar pain�is de grafite espalhados pela cidade. O uso de uniforme de gari para promover programas de governo tamb�m foi ironizado. “De fantasia para dar mais ibope/Pouso pra foto e pinto por cima”.

O juiz federal S�rgio Moro – respons�vel pela condu��o da Lava-Jato – tamb�m foi alvo de piada: “Companheiro, o que foi que eu fiz/Pra cair na vara desse juiz”, diz a letra da marchinha. O ex-presidente Lula � o personagem de Corre que a pol�cia vem a�, em que o cantor imita a voz do petista ao dizer “fugir or not fugir”. J� Hotel Bangu faz uma homenagem a Cl�udia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, ao empres�rio Eike Batista e ao ex-governador do Rio S�rgio Cabral, os dois �ltimos presos em Bangu, acusados de corrup��o.


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