Bras�lia, 23 (AE), 23 - As declara��es do ex-assessor especial da Presid�ncia e amigo do presidente Michel Temer, Jos� Yunes, que implicam o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, trazem um problema adicional interno ao governo. Yunes esteve com o presidente nesta quinta-feira (23) no Alvorada, enquanto Padilha est� afastado para se tratar de um problema urin�rio.
Fontes pr�ximas a Yunes e Temer disseram terem sido "surpreendidos" com as declara��es do ex-assessor. Auxiliares de Padilha afirmam, em car�ter reservado, que a declara��o de Yunes parece ser uma estrat�gia de "fogo amigo" para tirar o ministro da Casa Civil.
Yunes disse que intermediou o recebimento e a entrega de um "envelope" para Padilha. A encomenda, segundo ele, foi entregue em setembro de 2014, pouco antes da elei��o presidencial na qual a chapa Dilma-Temer foi reeleita, pelo doleiro L�cio Funaro, apontado por investigadores da Opera��o Lava Jato como operador do ex-presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Al�m disso, a divulga��o da capa da revista Veja com a informa��o de que Yunes afirma ter sido "mula" de Padilha tamb�m alimentou, no in�cio da noite desta quinta-feira, as teorias de que o ministro da Casa Civil pode estar sendo "rifado".
Apesar do longo tempo de amizade entre Yunes e Temer, o que para algumas fontes seria um indicativo de que a declara��o do ex-assessor possa ter sido combinada com o presidente, auxiliares do Planalto dizem n�o acreditar que Yunes acertaria esse tipo de declara��o com Temer.
Yunes afirmou que resolveu falar sobre o assunto para contestar a vers�o do engenheiro da Odebrecht, Cl�udio Melo, que, em dela��o premiada, disse que Yunes recebeu em seu escrit�rio a quantia de R$ 1 milh�o para ser repassado para campanhas peemedebistas, via caixa 2.
Em dezembro, a Coluna do Estad�o, do jornal O Estado de S.Paulo, revelou que o lobista L�cio Funaro foi quem entregou a Yunes dinheiro vivo oriundo da Odebrecht. A quantia foi de R$ 1 milh�o. Yunes deixou o governo ap�s vir � tona dela��o do ex-executivo da companhia Claudio Melo.
Ele narrou no depoimento para a Lava Jato reuni�o em 2014 em que Temer teria pedido dinheiro a Marcelo Odebrecht para o PMDB. Dos R$ 10 milh�es, R$ 6 milh�es foram para campanha de Paulo Skaf e R$ 4 milh�es para o ministro Eliseu Padilha distribuir.
Padilha foi quem pediu que L�cio Funaro fizesse a entrega de R$ 1 milh�o a Yunes. O ex-assessor, que esperava receber o dinheiro de um desconhecido, foi surpreendido com o lobista no seu escrit�rio em S�o Paulo. Os dois n�o se conheciam pessoalmente, mas Yunes sabia de quem se tratava.
Na ocasi�o, via assessoria, Padilha disse que "n�o pediu" nada a L�cio Funaro. Funaro est� preso desde julho pela Lava Jato sob suspeita de comandar com o ex-deputado Eduardo Cunha esquema de arrecada��o de propinas de grandes empresas.