
Padilha est� de licen�a informal do governo desde a �ltima quarta-feira. No dia 20, ele passou mal no trabalho e foi internado no Hospital das For�as Armadas, em Bras�lia. Na ocasi�o, os m�dicos detectaram obstru��o urin�ria provocada por uma hiperplasia prost�tica, e o ministro acabou transferido para Porto Alegre, onde reside sua fam�lia. O urologista Cl�udio Tel�ken e o intensivista Nilton Brand�o, que assinam o boletim desta sexta-feira, dizem que Padilha permanecer� "monitorado pelas pr�ximas 48 horas".
A licen�a do chefe da Casa Civil coincidiu com um per�odo de grande turbul�ncia pol�tica, ap�s o depoimento do ex-assessor da Presid�ncia Jos� Yunes � Procuradoria Geral da Rep�blica, levando a investiga��o da Lava Jato para dentro do Pal�cio do Planalto.
Embora o retorno de Padilha ao Planalto esteja previsto para 6 de mar�o, auxiliares do presidente Michel Temer admitem, nos bastidores, que talvez seja conveniente estender sua licen�a. Na pr�tica, a volta do ministro � equipe � considerada incerta e depende dos desdobramentos da crise.
Yunes disse que serviu de "mula involunt�ria" de Padilha, na campanha eleitoral de 2014, ao aceitar receber um "pacote" - a pedido do ministro - em seu escrit�rio de advocacia, em S�o Paulo. De acordo com o relato de Yunes, a encomenda foi entregue a ele pelo operador financeiro L�cio Funaro, homem da confian�a do ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Alvos da Lava jato, Funaro e Cunha est�o presos desde o ano passado.
Amigo de Temer, o ex-assessor disse que n�o abriu o "pacote" nem sabe o que havia em seu conte�do. Nega, por�m, que houvesse dinheiro vivo, como denunciou o ex-executivo da Odebrecht Cl�udio Melo Filho em dela��o premiada. Yunes disse que s� conheceu Funaro naquele dia. Na sua vers�o, o "pacote" depois foi retirado por outra pessoa, que ele n�o se lembra nem mesmo do nome.
Em dezembro do ano passado, a Coluna do Estad�o informou que Funaro entregou R$ 1 milh�o no escrit�rio de advocacia de Yunes, a mando de Padilha, na campanha de 2014. A quantia era proveniente da Odebrecht. Um dos auxiliares mais pr�ximos de Temer, Yunes deixou o governo dias depois, quando veio � tona a dela��o de Melo Filho.