Curitiba, 01 - O empres�rio Marcelo Odebrecht respondeu a todas as perguntas e apresentou documentos durante as quase quatro horas de depoimento � Justi�a Eleitoral na a��o movida pelo PSDB que pede a cassa��o da chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e seu ent�o vice, o atual presidente Michel Temer.
"Ele respondeu todas as perguntas, foram quase quatro horas. Ele trouxe uma planilha que tinha em m�os e apresentou em sigilo mas tamb�m era uma planilha que j� havia sido apresentada. Era um documento de instru��o dele", disse o advogado de defesa de Temer, Gustavo Guedes.
Segundo ele, Odebrecht trazia outros documentos em m�os al�m da planilha mas o advogado n�o soube dizer se os documentos foram anexados ao processo.
O ex-presidente da empreiteira foi ouvido a pedido do ministro Herman Benjamin, relator da a��o do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo � confirmar partes da dela��o premiada feita por Odebrecht � Lava Jato. No ano passado o Estado revelou que a Odebrecht repassou R$ 30 milh�es via caixa dois � campanha de Dilma e Temer em 2014. O teor do depoimento � sigiloso.
O advogado de Temer n�o descartou a possibilidade de requerer a oitiva de testemunhas, a depender dos relatos de outros delatores que ser�o ouvidos at� a pr�xima semana, entre eles o ex-vice-presidente da empreiteira Cl�udio Melo Filho.
Guedes, no entanto, descartou que se trate de uma mudan�a de estrat�gia da defesa que, at� agora, apostava na t�tica de abreviar o julgamento da a��o.
"A possibilidade de ouvir novas testemunhas ela obviamente sempre existe mas primeiro a gente gostaria de esperar a oitiva de todas as testemunhas antes de avaliar isso", disse o advogado.
Segundo relatos, Marcelo Odebrecht falou por mais de duas horas sem ser interrompido logo no in�cio da audi�ncia. A partir de ent�o respondeu perguntas dos advogados das partes envolvidas e do relator do processo. O empres�rio respondeu todas as perguntas.
"Ele falou o que deveria falar e o que poderia falar", disse o advogado de Odebrecht, Luciano Feldens.
De acordo com os advogados, o empres�rio confirmou o que j� havia dito na dela��o � Lava Jato. "Ele nem poderia dizer algo diferente", disse Guedes.
Em despacho do dia 21 de fevereiro o procurador geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, disse que "os deveres e compromissos assumidos pelos colaboradores aplicam-se a quaisquer esfera judicial". Na mesma linha o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) usou trecho de uma decis�o do ministro Teori Zavaski, morto em acidente de avi�o em janeiro, segundo a qual "a homologa��o de colabora��o premiada n�o inibe a convoca��o da testemunha por outro �rg�o judici�rio de investiga��o, nem a condiciona a pr�via autoriza��o do ju�zo que homologa".