Genebra, 11 - A presidente cassada Dilma Rousseff disse que, depois que as den�ncias atingiram outros partidos, notou uma mudan�a na forma de tratar o financiamento irregular de campanhas eleitorais. Nesta semana, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (STF), Gilmar Mendes, disse que as empresas "optam" por doa��es via caixa 2 para evitar serem achacadas por outros pol�ticos. "Por que ser� que ele fala sobre isso agora? � muito interessante. Eu passei uma campanha eleitoral e n�o escutei nada disso. Agora, como o assunto n�o tem como deixar de chegar ao PSDB, e j� chegou, falam essas coisas", disse.
Para ela, os grampos das conversas entre membros da oposi��o, que acabaram sendo publicadas pela imprensa em 2016, revelaram que havia uma "conspira��o" que "envolvia o PSDB".
Sobre o atual governo, Dilma afirma que a crise pol�tica "se deteriora" com a sa�da de ministros. "Vivemos uma situa��o indefinida no Brasil e ningu�m sabe como as coisas v�o se desenrolar", disse.
Durante debate em evento na Su��a, ela foi questionada sobre como, mesmo na posi��o de presidente do Conselho de Administra��o da Petrobras, n�o sabia da corrup��o na estatal. "Essa pergunta n�o � simples", disse. Segundo ela, h� uma diferen�a entre o Conselho e a diretoria da empresa e "a corrup��o � feita �s escondidas", com "modelos sofisticados". Dilma reivindicou para seu governo a descoberta da corrup��o na estatal petrol�fera. "Sabe como descobrimos? Via um doleiro".
Dilma voltou dizer que sua chapa na campanha eleitoral de 2014 n�o recebeu recursos ilegais. Em dezembro, o Estado revelou que pelo menos a dela��o de um executivo da Odebrecht indicou que a chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e Michel Temer recebeu dinheiro de caixa dois da Odebrecht durante a campanha presidencial de 2014.
A presidente cassada est� na Su��a para uma s�rie de eventos. Nesta sexta-feira, foi recebida por organiza��es internacionais, numa agenda programada para ocorrer no mesmo momento em que o Brasil reassume uma cadeira no Conselho de Direitos Humanos da ONU. O Estado apurou que a diplomacia brasileira se irritou com o tratamento concedido pelas entidades � ex-presidente.
A agenda incluiu um encontro com o diretor m�ximo da Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, com o Conselho Mundial de Igrejas e com lideran�as parlamentares da Su��a.
Neste s�bado, ela ainda ser� a principal convidada de um festival de cinema que se transformou no mais importante evento paralelo �s reuni�es de direitos humanos da ONU. Na segunda-feira, 13, ela dar� uma palestra num dos principais centros de estudos internacionais da Europa.