Bras�lia, 21 - Uma semana depois de o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) 83 pedidos de abertura de inqu�rito a partir dos acordos de colabora��o premiada de 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht, a papelada chegou na tarde desta ter�a-feira, 21, ao gabinete do ministro Edson Fachin. Fachin � o relator dos processos da Opera��o Lava Jato no STF.
Os pap�is foram transportados em um carrinho por dois servidores da Corte, acompanhados pela secret�ria judici�ria do STF, Patr�cia Pereira de Moura Martins. A reportagem presenciou o momento em que o carrinho cruzou o tapete vermelho do STF, �s 16h45, rumo ao gabinete de Fachin, localizado no terceiro andar do edif�cio anexo.
Diferentemente de quando os pedidos de Janot chegaram ao edif�cio-sede do STF na semana passada, n�o houve desta vez "ass�dio" do p�blico. A �rea do subsolo que conecta o edif�cio sede ao anexo, chamada de "t�nel do tempo", estava praticamente deserta no hor�rio.
O material enviado por Janot esteve guardado nos �ltimos dias no terceiro andar do edif�cio-sede do STF, na mesma sala onde estavam as dela��es da Odebrecht antes de serem homologadas pela presidente da Corte, ministra C�rmen L�cia.
Depois de passar pelo tapete vermelho do STF, o carrinho com os pedidos de Janot foi levado � garagem do STF, rumo � portaria do edif�cio anexo localizada no subsolo.
Para chegar ao terceiro andar do edif�cio anexo, os servidores optaram pelo elevador privativo da garagem, usando uma �rea de acesso restrito onde a presen�a da imprensa � proibida. Enquanto a papelada era transportada nos corredores da Suprema Corte, Fachin participava da sess�o de julgamento da Segunda Turma do STF.
Antes de chegarem ao relator, os pap�is tiveram de passar por tr�s etapas pr�vias: o protocolo, a atua��o e a distribui��o. Na �ltima quinta-feira, 16, eles come�aram a ser distribu�dos, eletronicamente, ao ministro Fachin.
A decis�o do Supremo foi esperar para enviar todos os 320 pedidos do procurador-geral da Rep�blica de uma s� vez, entre inqu�ritos e peti��es. Por ora, devido ao sigilo dos conte�dos, nem mesmo as iniciais dos investigados est�o presentes no sistema do Supremo.
Investigados
A maioria dos inqu�ritos - 64 - tem um �nico investigado. S�o 16 inqu�ritos com 2 investigados. H� dois inqu�ritos com tr�s investigados. O inqu�rito que tem mais investigados � o de n�mero 4.437, com cinco alvos. Estes n�meros se referem apenas ao Supremo, e n�o incluem os inqu�ritos que ser�o abertos em outras inst�ncias.
A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) n�o confirma o n�mero exato de investigados.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Janot pediu para investigar ao menos seis ministros da gest�o Temer (PMDB). S�o eles Eliseu Padilha (PMDB), da Casa Civil; Moreira Franco (PMDB), da Secretaria-Geral da Presid�ncia; Gilberto Kassab (PSD), das Comunica��es; Bruno Ara�jo (PSDB), das Cidades; Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), das Rela��es Exteriores; e Marcos Pereira (PRB), da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os.
Tamb�m s�o alvos de inqu�ritos enviados ao STF os presidentes da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eun�cio Oliveira (PMDB), al�m dos senadores peemedebistas Edison Lob�o, Romero Juc� e Renan Calheiros e os tucanos A�cio Neves e Jos� Serra.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, Fachin ser� "absolutamente criterioso" ao analisar os pedidos de Janot.