Odebrecht diz que empresa foi 'parceira leal' de Dilma em 'miss�es'

Bras�lia, 12 - A documenta��o entregue pela Odebrecht no acordo de dela��o premiada inclui um e-mail do herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, a executivos da empreiteira com o intuito de afinar os discursos nas negocia��es com representantes do governo federal.

No e-mail, Marcelo diz que a Odebrecht estava sendo uma "parceira leal" do governo - na �poca, ainda no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff - assumindo "diversas miss�es", mas uma parte dos compromissos assumidos "pela outra parte" n�o estava sendo cumprida.

O e-mail foi enviado em agosto de 2014, j� com a Lava Jato em curso. Marcelo tentava, nessa �poca, evitar o pagamento de parte de valor acordado com o ent�o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para compra de apoio de legendas � chapa que elegeu Dilma naquele ano. Em relato ao Minist�rio P�blico, no entanto, ele revela que n�o conseguiu segurar o pagamento, que foi feito.

No e-mail, Marcelo diz que a empresa estava encontrando "enormes dificuldades" na libera��o dos financiamentos prometidos � empresa e se queixa de "falta de parceria (e mesmo certos ataques deliberados)" do governo para com a Odebrecht.

Ele lista 11 �reas em que a empresa se colocou em obras ou investimentos de interesse do governo, mas estava em dificuldades ou n�o contava mais com apoio do Poder Executivo, como as arenas da Copa.

Marcelo narra "o ocorrido na constru��o e concess�o de 3 est�dios de futebol para governos estaduais aliados (BA, RJ e PE) onde a Odebrecht cumpriu todos os seus compromissos, inclusive, os prazos da Copa das Confedera��es e demandas adicionais da Fifa. Entretanto, devido ao limitado financiamento do BNDES para os Est�dios e do receio dos governadores em assumir todos os custos relativos � Copa do Mundo, h� atualmente um valor a receber pela Odebrecht de aproximadamente R$ 500 MM", queixa-se.