S�o Paulo, 14 - O patriarca da Odebrecht, Emilio Odebrecht, detalhou � Opera��o Lava Jato como se deu a atua��o da empreiteira para implantar mudan�as no programa do acordo de leni�ncia e, assim, resolver os problemas do grupo. Segundo o patrono, houve �um trabalho�, em 2015, junto a sindicatos, associa��es de classe e ao ent�o ministro Jaques Wagner (PT), do Governo Dilma.
Emilio declarou que a atua��o come�ou quando seu filho Marcelo foi preso - o empreiteiro foi levado pela Lava Jato em 19 de junho de 2015.
�N�s chegamos � conclus�o que a melhor solu��o seria buscar um apoio daqueles mais interessados em que o emprego se restabelecesse no pa�s e a volta do crescimento, que era condi��o si ne qua non para a retomada do trabalho e consequentemente, se n�o diminui��o, mas que estagnasse a quest�o evolutiva do desemprego. N�s procuramos fazer um trabalho para, junto aos sindicatos, as associa��es de classe para pressionar aquela MP que estava no Congresso�, disse.
Segundo o delator, um projeto de lei que alterasse os termos da leni�ncia �ia levar um timing enorme�. �Procuramos mostrar aos sindicatos e associa��es de classe que estavam nos ajudando, desenvolvendo isso para que encontrasse uma forma mais r�pida, mais c�lere para o assunto.�
Naquele momento, de acordo com Emilio, a empreiteira n�o tinha interesse em uma leni�ncia nos termos vigentes. O desejo da empreiteira era mudar a legisla��o para que atendesse aos interesses da Odebrecht. Para viabilizar a mudan�a na legisla��o, ent�o, a Odebrecht tentou reunir aliados com a bandeira da empregabilidade e do crescimento do Pa�s.
�No fundo, eu acho que foi o que n�s ach�vamos que ia acontecer que essa press�o dava suporte para eles agirem. Eles n�o estavam agindo de forma eficaz para poder tornar as coisas c�leres. Essa foi uma forma de pressionar, levando o respaldo tanto do trabalhador como do capital�, afirmou.
Al�m das associa��es, Emilio declarou que procurou Jaques Wagner. O encontro se deu em novembro de 2015. �Eu estive com ele tamb�m, mas quem fez a press�o principal foi os sindicatos e associa��es de classe�, relatou. �Ele ouviu, entendeu como assunto tendo p� e cabe�a. Sem d�vida nenhuma, n�o vou querer burilar, ele via que seria uma forma tamb�m para o pr�prio governo. Atendi ao pr�prio governo.�
De acordo com Emilio, n�o houve contrapartida pedida por Jaques Wagner pela MP.
�N�o, at� porque n�s est�vamos muito fragilizados. Eles estavam, n�s est�vamos muito mais. Era o torto pedindo ao aleijado�, disse.