S�o Paulo, 14 - S�o Paulo, 14/04/2017 - O chef�o do setor de infraestrutura da Odebrecht Benedicto Barbosa da Silva Junior entregou � Opera��o Lava Jato c�pias dos registros de pagamentos de caixa 2 para o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), das planilhas do Setor de Opera��es Estruturadas - o chamado por investigadores �departamento de propinas�.
S�o as provas de corrobora��o do que disseram tr�s delatores da Odebrecht sobre pagamentos acertados e efetuados para as campanhas de 2010, de R$ 2 milh�es, para o codinome �Bel�m�, e de 2014, de R$ 8,3 milh�es, para o codinome �M&M�.
Alckmin foi citado por tr�s delatores da Odebrecht. O caso foi enviado para o Superior Tribunal de Justi�a (STJ), que tem compet�ncia para analisar a abertura de uma investiga��o criminal contra ele, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Lava Jato.
�M&M�, segundo o delator, pode ser refer�ncia ao nome de Marcos Monteiro, que foi o interlocutor de Alckmin no suposto acerto da doa��o de R$ 10 milh�es para a campanha de 2014. Monteiro era, na �poca, titular da Imprensa Oficial do Estado e �, atualmente, secret�rio de Planejamento do Estado. Efetivamente, o valor pago foi de R$ 8,3 milh�es, segundo os delatores.
Nas planilhas, al�m do codinome M&M h� registro das datas de entrega, as senhas usadas para o recebimento dos valores e refer�ncias �s obras Linhas 6 do Metr� e Emiss�rio Praia Grande relacionados aos pagamentos.
�O diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura, respons�vel pela regi�o Sul e o Estado de S�o Paulo, Luiz Antonio Bueno Junior, me relatou que foi procurado por Marcos Monteiro�, contou o delator. �Para solicita��o de contribui��o de campanha para o candidato do PSDB ao governo de S�o Paulo, no valor de R$ 10 milh�es.�
Interesses
BJ afirma que o prop�sito da aprova��o da doa��o �era a proemin�ncia de Geraldo Alckmin no cen�rio nacional, a sua lideran�a e de seu partido no Estado de S�o Paulo�. �Tamb�m era garantir interlocu��o qualificada na discuss�o dos projetos vislumbrados como participa��o na nova rodada de concess�o rodovi�ria no estado, novas participa��es em projetos com parceria da Sabesp e potenciais novas concess�es de trens regionais.�
O delator afirmou que �em todos esses segmentos no ano de 2015� a Odebrecht teve �oportunidade de discutir antecipadamente com o governo estes projetos, modelo de contrata��o, fontes de financiamento etc.�
�Considerando o perfil progressista de Geraldo Alckmin, candidato ao governo do Estado de S�o Paulo em 2010, incentivador das parcerias p�blico privadas, com objetivo de promover investimentos na �rea de infraestruturas, o que era de interesse da companhia, foi realizada contribui��o para as campanhas por meio de caixa 2, em esp�cie�, afirmou BJ em seu anexo sobre o caso.
�Nosso objetivo com doa��es ao candidato Geraldo Alckmin era manter a companhia em bem posicionada em termos de relacionamento, comparativamente com as duas outras estrelas do PSDB - A�cio Neves e Jos� Serra.�
Bel�m
Al�m de BJ, outros dois delatores, os executivos Carlos Armando Guedes Pachoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, citaram os pagamentos de caixa 2 para as campanhas de Alckmin.
Eles relataram o repasse de R$ 2 milh�es pelo Setor de Opera��es Estruturadas da companhia, para Adhemar C�sar Ribeiro, cunhado de Alckmin. �Receberia pessoalmente parte desses valores e que, ao lado desses pagamentos, houve tamb�m doa��o oficial de R$ 400 mil.�
O delator Carlos Armando Guedes Paschoal afirmou que foi a um reuni�o com Aluizio Ara�jo, conselheiro do grupo morto em 2014, com Alckmin em escrit�rio na Avenida 9 de Julho.
�Encerrado o encontro, Geraldo Alckmin determinou pessoalmente � sua secret�ria que me passasse os dados de contato de Adhemar Ribeiro, seu cunhado, o qual seria incumbido dos recebimentos�, disse Paschoal. �Os pagamentos desse valor foram realizados com recursos de caixa 2 e foram acertados com Adhemar Ribeiro, que definia os locais de entregas dos recebimentos.�
COM A PALAVRA, GERALDO ALCKMIN
O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou qualquer irregularidade, por meio de nota.
�Jamais pedi recursos irregulares em minha vida pol�tica, nem autorizei que o fizessem em meu nome. Jamais recebi um centavo il�cito. Da mesma forma, sempre exigi que minhas campanhas fossem feitas dentro da lei.�
COM A PALAVRA, MARCOS MONTEIRO
O secret�rio de Planejamento do governo de S�o Paulo, Marcos Monteiro, afirmou que as contas da campanha de 2014 do governador Geraldo Alckmin foram aprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral.
�A gest�o financeira da campanha de 2014 foi feita dentro da lei e todas as contas foram aprovadas pelo TRE.�