Bras�lia, 18 - Por unanimidade, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justi�a (STJ) decidiu nesta ter�a-feira, 18, manter preso o ex-ministro Antonio Palocci. Conhecido como "Italiano" na planilha da Odebrecht, Palocci assumiu o Minist�rio da Fazenda durante o primeiro mandato de Luiz In�cio Lula da Silva, sendo o ministro mais poderoso � �poca ao lado de Jos� Dirceu. Na gest�o Dilma Rousseff, ocupou a Casa Civil.
Palocci � r�u por corrup��o e lavagem de dinheiro no �mbito da Opera��o Lava Jato. Ao negar o pedido de liberdade, o relator do caso, ministro Feliz Fischer, argumentou n�o haver constrangimento ilegal que motivasse a soltura do ex-ministro petista.
Al�m disso, os ministros da Quinta Turma do STJ encontraram ind�cios de provas da materialidade dos crimes e de autoria para justificar a pris�o preventiva de Palocci. "Para a turma, a pris�o � necess�ria para a garantia da ordem p�blica, pois foi decretada para combater a corrup��o sist�mica e serial", comunicou o tribunal.
Em setembro do ano passado, o juiz federal S�rgio Moro decretou a pris�o preventiva de Palocci, atendendo a pedido da Pol�cia Federal e da Procuradoria da Rep�blica, que suspeitam que o ex-ministro destruiu provas.
Palocci � acusado de ter recebido em propina da empreiteira Odebrecht R$ 128 milh�es - parte desse valor teria sido destinado ao PT e usado para cobrir as despesas da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010.
At� a publica��o deste texto, a reportagem n�o havia obtido resposta da defesa de Palocci.
Demandas
Em depoimento ao juiz S�rgio Moro na semana passada, o ex-presidente do Grupo Odebrecht Marcelo Odebrecht afirmou que a empreiteira destinou R$ 40 milh�es "que viriam para atender as demandas que viessem" do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Segundo o delator, o petista "nunca pediu" diretamente nenhum valor. A combina��o, segundo afirmou o delator, foi feita via Palocci.
"Tinha um saldo de R$ 40 milh�es do que eu tinha combinado com Palocci. O que eu combinei com Palocci foi o seguinte: essa era uma rela��o minha com a Presid�ncia, o PT. Eu disse: 'olha, vai mudar o governo, vai entrar a Dilma (Rousseff). Esse saldo passa a ser gerido por ela, a pedido dela'. Eu combinei com Palocci. A gente sabia que ia ter demandas de Lula, a quest�o do Instituto, para outras coisas. Vamos pegar e provisionar uma parte deste saldo e a� botamos R$ 35 milh�es num saldo amigo, que � Lula, para uso que fosse orienta��o de Lula", disse Marcelo Odebrecht.