Bras�lia, 18 - Comandada por dois deputados que ser�o investigados ap�s as dela��es da Odebrecht, a comiss�o da reforma pol�tica se reuniu nesta ter�a-feira, 18, e, mesmo sob as cr�ticas de alguns parlamentares, deu seguimento �s discuss�es sobre mudan�as nas regras do sistema pol�tico-eleitoral brasileiro.
Para o relator da comiss�o, deputado Vicente C�ndido (PT-SP), n�o � "por causa de uma ou outra acusa��o" que o Congresso vai parar de tocar suas pautas. Ele e o presidente do colegiado, Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), est�o na lista dos pol�ticos alvos de inqu�ritos no Supremo Tribunal Federal (STF).
J� a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) defendeu, durante a reuni�o do colegiado, que o Congresso atual n�o tem legitimidade para fazer uma reforma que poder� beneficiar diretamente os pol�ticos implicados na Lava Jato. "N�s estamos vivendo um momento de muita gravidade, fica at� meio estranho que, ao mesmo tempo que a sociedade est� perplexa acompanhando 24 horas por dia os depoimentos dos delatores da Lava Jato, esta Casa volta-se para si mesma, ensimesmada, como se nada estivesse acontecendo em torno dela e continue tratando de mudan�as, de reformas, que v�o impactar a vida do Pa�s", disse.
Vicente C�ndido rebateu as cr�ticas da parlamentar. "Eu n�o acho que, por causa de uma ou outra acusa��o, que o Congresso Nacional tem que ficar esperando a banda passar. Acho que o momento de crise � o momento de acelerar e de fazer as reformas que est�o aqui pendentes", defendeu.
O deputado afirmou n�o ter nenhum "constrangimento" em permanecer como relator da comiss�o mesmo ap�s o ministro do STF Edson Fachin ter autorizado a abertura de inqu�rito contra ele e disse que seria uma "uma irresponsabilidade muito grande" deixar que as elei��es do ano que vem ocorram sob as atuais regras. "N�s temos que mudar, e mudar sem medo, com ousadia", disse.
As mudan�as nas regras eleitorais t�m sido consideradas pelos parlamentares como a �nica forma de garantir a "sobreviv�ncia" da classe pol�tica ap�s a avalanche de revela��es feitas pelos executivos e ex-funcion�rios da Odebrecht. No total, 39 deputados, 24 senadores e 8 ministros ser�o investigados sob a suspeita de terem recebido recursos il�citos da empreiteira, seja via caixa 2 de campanha ou propina.
Vicente C�ndido, por exemplo, foi acusado de receber R$ 50 mil durante a campanha para auxiliar na busca por financiamento para a constru��o do est�dio do Corinthians. J� L�cio Vieira Lima teria recebido R$ 1 milh�o para ajudar a aprovar uma medida provis�ria no Congresso. Ambos negam as acusa��es.