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Estado de Minas

Duque: Lula mandou Vaccari arrecadar propina antes mesmo de ser tesoureiro

Segundo ele, o presidente Lula era chamado por 'chefe', 'grande chefe'


postado em 06/05/2017 10:15

(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press )
(foto: Carlos Moura/CB/D.A Press )

O ex-diretor de Servi�os da Petrobras Renato Duque afirmou nessa sexta-feira, em ju�zo, que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva determinou que Jo�o Vaccari atuasse cobrando propinas �s empresas que prestavam servi�os � estatal antes mesmo de ele se tornar tesoureiro do PT. Segundo ele, o presidente Lula era chamado por "chefe", "grande chefe".

Em depoimento ao juiz S�rgio Moro, Duque disse que Vaccari come�ou a arrecadar propinas ainda em 2007. "Ele n�o era tesoureiro mas come�ou a atuar na arrecada��o", afirmou. Moro ent�o quis saber o motivo. "Porque o ent�o presidente Lula determinou isso", respondeu.

Duque, que foi diretor de Servi�os da Petrobras entre 2003 e 2012, disse que conheceu Vaccari naquele ano de 2007, por meio do ent�o ministro das Comunica��es, Paulo Bernardo.

Naquele ano, segundo ele, foi chamado a Bras�lia e, na ocasi�o, Bernardo teria dito: "Voc� vai conhecer uma pessoa indicada pelo .. e a� fazia este movimento (neste momento Duque passa os dedos pelo queixo, como se cofiasse uma barba). N�o citava o nome", disse. "O presidente Lula era chamado por "chefe", "grande chefe ou este movimento com a m�o".

O ex-diretor da Petrobras prossegue relatando o que Bernardo teria dito a ele: "Voc� vai receber uma pessoa que est� sendo indicada e ele vai conversar com voc�. E ele vai ser agora quem vai atuar junto �s empresas que trabalham com a Petrobras. Foi quando eu conheci o Vaccari em 2007", disse.

Vaccari e Duque s�o r�us da Lava Jato. O ex-tesoureiro foi preso em abril de 2015. O ex-diretor da estatal em fevereiro de 2015. Ambos j� est�o condenados por corrup��o e lavagem de dinheiro.

Duque afirmou ainda que a diretoria de Servi�os da Petrobras era loteada ao PT, assim como a diretoria de Abastecimento era usada para arrecada��o do PP. Ele descreveu o esquema da seguinte forma: quando uma empresa vencia uma licita��o para um contrato acima de R$ 100 milh�es era procurada pelo tesoureiro do PT para pagar propina de cerca de 1% sobre o valor dos contratos.

Questionado por Moro se ele era uma obriga��o, Duque disse que n�o, mas era uma situa��o que j� estava institucionalizada, quando existia um contrato, seja ele qual fosse, que corria numa licita��o normal, o tesoureiro do partido procurava a empresa pedindo contribui��o. E a empresa normalmente dava porque era uma coisa institucionalizada na companhia", disse.

Por se tratar de algo institucionalizado, segundo Duque, ele disse que n�o chegou a conversar abertamente com dirigentes do PT sobre o pagamento de propinas, mas afirmou que "todos" no partido sabiam do esquema. "Todos sabiam. Todos do partido, desde o presidente do partido, tesoureiro, secret�rio, deputados e senadores. Todos sabiam que isso ocorria", disse.

Outro lado


A advogada do ex-ministro Paulo Bernardo, Ver�nica Sterman, afirmou que o depoimento de Renato Duque � "mentiroso". Paulo Bernardo nunca esteve com Renato Duque para tratar de qualquer assunto relacionado � Petrobras.

Segundo o Instituto Lula, "o depoimento do ex-diretor da Petrobras Renato Duque � mais uma tentativa de fabricar acusa��es ao ex-presidente Lula nas negocia��es entre os procuradores da Lava Jato e r�us condenados, em troca de redu��o de pena. Como n�o conseguiram produzir nenhuma prova das den�ncias levianas contra o ex-presidente, depois de dois anos de investiga��es, quebra de sigilos e viola��o de telefonemas, restou aos acusadores de Lula apelar para a fabrica��o de depoimentos mentirosos".

"O desespero dos procuradores aumentou com a aproxima��o da audi�ncia em que Lula vai, finalmente, apresentar ao ju�zo a verdade dos fatos. A audi�ncia de Lula foi adiada em uma semana sob o falso pretexto de garantir a seguran�a p�blica. Na verdade, como vinha alertando a defesa de Lula, o adiamento serviu unicamente para encaixar nos autos depoimentos fabricados de ex-diretores da OAS (Leo Pinheiro e Agenor Medeiros) e, agora, o de Renato Duque."

Ainda conforme o Instituto Lula, "os tr�s depoentes, que nunca haviam mencionado o ex-presidente Lula ao longo do processo, s�o pessoas condenadas a penas de mais de 20 anos de pris�o, encontrando-se objetivamente coagidas a negociar benef�cios penais. Estranhamente, ve�culos da imprensa e da blogosfera vinham antecipando o suposto teor dos depoimentos, sempre com o sentido de comprometer Lula".

"O que assistimos nos �ltimos dias foi mais uma etapa dessa desesperada gincana, nos tribunais e na m�dia, em busca de uma prova contra Lula, prova que n�o existe na realidade e muito menos nos autos."


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