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Estado de Minas

Lula se contradiz sobre rela��o de Vaccari com Duque


postado em 11/05/2017 00:01 / atualizado em 11/05/2017 07:51

S�o Paulo - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva voltou atr�s em sua pr�pria vers�o sobre se tinha conhecimento a respeito das rela��es entre o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ambos condenados na Opera��o Lava-Jato.

Inicialmente questionado a respeito pelo juiz S�rgio Moro, em interrogat�rio nesta quarta-feira, 10, o petista disse ter descoberto a rela��o de ambos "pela den�ncia do Minist�rio P�blico Federal". Em seguida, no desenrolar do depoimento, Lula alegou ter pedido a Vaccari para marcar reuni�o com o ex-diretor da petrol�fera, na qual o teria advertido sobre contas na Su��a. O ex-presidente falou a Moro no �mbito de a��o penal em que � r�u, acusado de receber R$ 3,7 milh�es de propinas da OAS.

Durante o interrogat�rio, ao tratar sobre a parte da den�ncia em que o MPF narra o suposto "comando" dos esquemas na Petrobras por parte de Lula, o juiz federal S�rgio Moro fez uma s�rie de perguntas sobre o conhecimento que o petista tinha sobre as indica��es de diretores � Petrobras e a respeito dos crimes cometidos contra a estatal.

O ex-presidente negou ter conhecimento dos il�citos e de ter rela��o pr�xima com as indica��es pol�ticas na petrol�fera. Ele atribuiu aos partidos pol�ticos, bancadas partid�rias e ministros a fun��o de indicar nomes, mas admitiu que tinha a palavra "palavra final", j� que, do contr�rio, "n�o precisaria ter presidente".

No contexto desta suspeita levantada pelo MPF, Moro questionou Lula sobre um encontro com Duque no Aeroporto Internacional de Congonhas. O ex-agente p�blico admitiu, em depoimento, ter sido questionado por Lula, na ocasi�o, sobre se teria contas na Su��a. Segundo Duque, ao ouvir uma negativa sobre a propriedade do dinheiro no exterior, Lula teria dito que "tranquilizaria a ex-presidente Dilma". A reuni�o, de acordo com o depoente, teria acontecido em 2014, quando o petista n�o estava mais no cargo.

"Tive uma vez no aeroporto de Congonhas, se n�o me falha a mem�ria, porque tinha v�rios boatos de corrup��o e de conta no exterior. Eu pedi para que o Vaccari porque eu n�o tinha amizade com o Duque. Trazer o duque para conversar. Foi numa sala em Congonhas. E eu fiz a pergunta simples: tem mat�rias nos jornais e den�ncias que voc� tem dinheiro no exterior. Que t� pegando da Petrobras e colocando no exterior. Voc� tem conta no exterior? Ele disse: 'eu n�o tenho'. Eu falei: 'acabou, se n�o tem, n�o mentiu pra mim, mentiu para ele mesmo'", afirmou Lula.

"O Vaccari tinha mais amizade com ele do que eu. Eu n�o tenho nenhuma. Eu n�o sei se tem amizade. Liguei para o Vaccari e falei: Vaccari, voc� tem como pedir para o Duque ir numa reuni�o aqui? Ele falou tenho e ele levou Duque l�", complementou.

Inicialmente, antes da declara��o sobre o encontro, Lula havia dito que s� tomou conhecimento da rela��o de Vaccari com Duque quando foi denunciado. “N�o sei (se ambos tinha rela��o). Eu sei que tinha porque, na den�ncia, aparece que eles tinham rela��o.”

Mais tarde, no mesmo depoimento, ap�s relatar a reuni�o em que admitiu ter pedido a Vaccari para intermediar o contato com o ex-diretor da estatal, o ex-presidente foi questionado por Moro: “Salvo equ�voco, eu perguntei h� pouco se o senhor sabia que ele tinha uma rela��o e o senhor disse: 'n�o'. Ent�o o senhor tinha conhecimento de que tinha essa rela��o”.

“Eu pedi para o Vaccari e perguntei se ele tinha como trazer o Duque numa reuni�o e ele falou que tinha. Isso n�o implica que ele tenha rela��o. Implica que ele podia conhecer.”

Ao ser questionado novamente se sabia ou n�o da rela��o entre ambos, Lula voltou a negar. “Eu quero lembrar o seguinte. Rela��o de amizade � uma coisa e rela��o � outra. Eu posso sair daqui dizendo: 'olha, eu conheci dr. Moro, eu tenho rela��o com ele'. E, na verdade, n�o tenho.”

Moro voltou a perguntar sobre o tipo de rela��o que o ex-tesoureiro do PT tinha com o diretor da Petrobras.

“N�o sei. O Vaccari est� preso, voc� pode perguntar para o Vaccari. O Duque est� preso, voc� pode perguntar ao Duque”, rebateu.

No �mbito dos esquemas da Petrobras, Vaccari foi condenado sob a acusa��o de que intermediava propinas ao PT dentro da estatal. De acordo com depoimento de Duque, o ex-tesoureiro era o arrecadador de vantagens il�citas para o partido sobre contratos na petrol�fera.

A den�ncia do MPF sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milh�es em benef�cio pr�prio - de um valor de R$ 87 milh�es de corrup��o - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusa��es contra Lula s�o relativas ao recebimento de vantagens il�citas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edif�cio Solaris, no Guaruj� (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista � acusado de lavagem de dinheiro e corrup��o.

O Edif�cio Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Banc�rios (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um n�cleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. Vaccari foi presidente da Bancoop.

A ex-primeira-dama Marisa Let�cia (morta em fevereiro) assinou Termo de Ades�o e Compromisso de Participa��o com a Bancoop e adquiriu "uma cota-parte para a implanta��o do empreendimento ent�o denominado Mar Cant�brico", atual Solaris, em abril de 2005.

Em 2009, a Bancoop repassou o empreendimento � OAS e deu duas op��es aos cooperados: solicitar a devolu��o dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pr�-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor j� pago � Cooperativa.

Segundo a defesa de Lula, a ex-primeira-dama n�o exerceu a op��o de compra ap�s a OAS assumir o im�vel. Em 2015, Marisa Let�cia pediu a restitui��o dos valores colocados no empreendimento.

A Lava-Jato afirma que a OAS pagou durante cinco anos pelo aluguel de dez guarda-m�veis usados para armazenar parte da mudan�a do ex-presidente Lula quando o petista deixou o Pal�cio do Planalto no segundo mandato. A empreiteira desembolsou, entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016, R$ 1,3 milh�o pelos cont�ineres, ao custo mensal de R$ 22.536,84 cada.

Toda negocia��o com a transportadora Granero teria sido intermediada pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que indicou a OAS como pagante com o argumento de que a empreiteira � uma “apoiadora do Instituto Lula".

Para investigadores da Lava-Jato, os fatos demonstram “fortes ind�cios de pagamentos dissimulados” pela OAS em favor de Lula. Isso porque o contrato se destinava a “armazenagem de materiais de escrit�rio e mobili�rio corporativo de propriedade da construtora OAS”, mas na verdade os guarda-m�veis atendiam a Lula.


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