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Estado de Minas

Marqueteiros falam de e-mail fict�cio e aviso de Dilma sobre pris�es


postado em 11/05/2017 19:13

Bras�lia, 11 - O marqueteiro Jo�o Santana e sua mulher, M�nica Moura, delatores da Opera��o Lava Jato, contaram ao Minist�rio P�blico Federal (MPF) sobre a troca de informa��es com a ex-presidente Dilma Rousseff a respeito do avan�o da Lava Jato. Os dois detalharam a cria��o de um e-mail em comum com a petista no qual eram avisados sobre a investiga��o. M�nica disse aos investigadores em sua dela��o que Dilma ligou para a Rep�blica Dominicana, onde o casal estava, para avisar Jo�o Santana que ele e a mulher seriam presos. A liga��o teria sido feita em 21 de fevereiro do ano passado. O casal foi alvo da 23� fase da Opera��o Lava Jato, deflagrada no dia seguinte.

Na dela��o, Santana e M�nica apontam que Dilma mostrava preocupa��o com o avan�o das investiga��es. No anexo, Monica Moura relata que estava de f�rias em Nova York em novembro de 2014 quando recebeu liga��o do ent�o ministro Edinho Silva, que avisou que Dilma queria falar pessoalmente de forma urgente.

A empres�ria pegou um voo � noite, partindo dos Estados Unidos para Bras�lia e foi recebida no aeroporto por Giles Azevedo, assessor de confian�a da ent�o presidente. No Pal�cio da Alvorada, resid�ncia oficial da presidente da Rep�blica, conversou com Dilma no jardim. De acordo com o anexo entregue ao MPF, "a presidente estava preocupa��o que as investiga��es chegasse a conta da Su��a de Monica Moura e Jo�o Santana no exterior, o que a colocaria em perigo, porque sabia que a Odebrecht tinha realizado o pagamento de suas campanhas atrav�s de dep�sitos de propinas na conta do casal".

Dilma teria dito a M�nica: "precisamos manter contato frequente de uma forma segura para que eu lhe avise sobre o andamento da opera��o, estou sendo informada de tudo frequentemente pelo Jos� Eduardo Cardozo (ent�o ministro da Justi�a)". A empres�ria teria criado ent�o no computador da presidente uma conta no gmail, com nome e dados fict�cios, com senha compartilhada entre as duas e Giles. Segundo a delatora, elas combinaram que, se houvesse not�cia sobre avan�o da Lava Jato em rela��o ao casal o aviso seria feito atrav�s desse e-mail.

Pelo combinado, quando Dilma recebesse alguma informa��o de Cardozo, Giles seria respons�vel por mandar uma mensagem � empres�ria com um sinal para que checasse o e-mail. As mensagens escritas pela presidente ficariam na caixa de rascunhos do e-mail, para n�o circularem, e M�nica acessaria a conta de onde estivesse. "Por esse e-mail, Monica Moura foi sistematicamente informada sobre o andamento da opera��o", consta no anexo da empres�ria entregue ao MPF.

J� em 2015, no dia 1� de maio, quando o casal foi gravar pronunciamento da presidente, Dilma demonstrou preocupa��o com a Lava Jato. Segundo o documento, a petista se preocupava pois "as coisas estavam avan�ando rapidamente e ela n�o tinha controle sobre a opera��o". Elas criaram ent�o um segundo e-mail.

Por meio das duas contas, M�nica recebia informa��es sobre a Lava Jato. Por esse e-mail, a empres�ria foi avisada que tamb�m estava sendo investigada na Lava Jato - e n�o apenas seu marido. Em 19 de fevereiro de 2016, de acordo com a delatora, ela foi avisada pelo e-mail secreto de que mandatos de pris�o contra os dois haviam sido assinados.

Como provas para corroborar o que foi dito, a delatora entregou as duas contas de e-mail ativas, a passagem a�rea de um bate volta e volta de Nova York para o Brasil, o seu notebook, entre outros documentos.

Jo�o Santana tamb�m fala do chamado urgente feito por Dilma para que M�nica viajasse de Nova York para Bras�lia. Segundo ele, Dilma recomendou que o casal permanecesse o maior tempo poss�vel fora do pa�s, nos locais onde realizavam campanhas eleitorais. A ent�o presidente chegou a perguntar ao marqueteiro, segundo a dela��o, se pagamentos da Odebrecht pelos servi�os da campanha eleitoral tinham sido feitos "de forma segura". Segundo Santana, Dilma relatou que Marcelo Odebrecht fazia chegar, por meio de interlocutores, informa��es sobre o pagamento de campanhas eleitorais como um "recado" ao Planalto.

Em nota, a assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma Rousseff informa que "Jo�o Santana e Monica Moura prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas amea�as dos investigadores". "Apesar de tudo, a presidente eleita acredita na Justi�a e sabe que a verdade vir� � tona e ser� restabelecida", diz a nota da assessoria da ex-presidente.

(Beatriz Bulla e F�bio Fabrini)


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