A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta sexta-feira, 12, que o Brasil caminha a "passos largos" para adotar uma "pol�tica social de audit�rio", ap�s citar o apresentador Luciano Huck, durante a palestra 'Um Ano de Golpe', em Porto Alegre. "Em Harvard (universidade nos EUA), eu assisti a uma inova��o, que � o que eu chamei de pol�tica social de audit�rio. Uma pessoa quis demonstrar a efic�cia social de um programa de televis�o, de uma pessoa chamada Luciano Huck, mostrando como uma senhora tinha melhorado de vida", disse.
Segundo ela, se antes a tend�ncia dos grupos neoliberais era de apoiar gestores como candidatos, "agora est�o caminhando a passos largos para que seja um animador de audit�rio. Fernando Henrique Cardoso defendeu Luciano Huck como hip�tese". "Isso � grav�ssimo. H� uma manipula��o eleitoral expl�cita", acrescentou.
Durante cerca de 50 minutos, Dilma fez cr�ticas ao seu processo de impeachment, � imprensa e � proposta de emenda constitucional do teto dos gastos, al�m de defender a pol�tica econ�mica adotada por seu governo, o PT, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e a ex-primeira-dama Marisa Let�cia, morta em fevereiro.
Para a ex-presidente, h� atualmente no Pa�s um "desequil�brio absoluto entre Poderes", agravado pelo processo de impeachment, que a destituiu da Presid�ncia da Rep�blica em maio de 2016. "Como o Executivo foi afetado com o golpe parlamentar, os outros poderes, como Legislativo e Judici�rio, tamb�m foram afetados. No Judici�rio, assistimos a seus integrantes se xingando", disse.
Nesta semana, os ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Marco Aur�lio Mello, exibiram momentos de tens�o por causa do pedido do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, de afastamento de Gilmar do processo contra o empres�rio Eike Batista na Corte.
Dilma afirmou que seus advers�rios pol�ticos "n�o est�o nem um pouco calmos" por n�o terem um candidato, sem especificar para qual disputa. "Eu acredito que eles estariam mais calmos se tivessem candidatos, mas eles n�o t�m. Por isso, n�o est�o nem um pouco calmos", declarou.
A ex-presidente destacou que a "continua��o do golpe" � sua criminaliza��o por cita��es a seu nome por delatores da Opera��o Lava Jato. "Eu tenho que provar que eu n�o sabia (de crimes praticados durante sua campanha presidencial). S� no mensal�o houve essa defini��o que era a prova negativa. Como n�o me apropriei de um �nico tost�o, v�o fazer outras tentativas", disse.
(Alexandra Martins)