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Estado de Minas

Delator diz que Odebrecht tentou impedir envio de provas do Panam� ao Brasil


postado em 16/05/2017 22:07

Bras�lia, 16 - O ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio disse, em sua dela��o premiada, que, a pedido da empreiteira, o governo do Panam� segurou o envio de provas de corrup��o solicitadas pela Opera��o Lava Jato. Em depoimento prestado ao Minist�rio P�blico Federal (MPF), ele contou que as tratativas para retardar o envio de informa��es �s autoridades brasileiras se deram diretamente com o presidente daquele pa�s.

A Lava Jato fez em 2014 um pedido de coopera��o ao Panam� para o envio de dados sobre o uso de contas banc�rias no pa�s, considerado um para�so fiscal, para pagamento de propinas. Conforme Migliaccio, que chefiava o Setor de Opera��es Estruturadas, o "departamento de propinas da empreiteira", a empresa soube da requisi��o e enviou emiss�rios para tentar barrar a remessa de documentos aos investigadores. Ele foi preso em fevereiro de 2016 na Su��a.

Luiz Eduardo Soares, um dos subordinados de Migliaccio na Odebrecht, e Rodrigo Tacla Duran, apontado como um dos operadores financeiros da empreiteira no exterior, teriam viajado diversas vezes ao Panam� para articular com o diretor-superintendente do grupo no pa�s, Andr� Rabello, "a melhor forma" de "frear" uma colabora��o com a Lava Jato.

Migliaccio relatou ter ouvido de Soares que a Odebrecht estava tendo "sucesso" em retardar o envio de informa��es, devido � influ�ncia de Rabello. "O depoente tem conhecimento de que Andr� Rabello tratou com o presidente do Panam� sobre o interesse da empresa em que o pedido de coopera��o n�o fosse respondido �s autoridades brasileiras", diz trecho do termo de colabora��o do executivo.

A reportagem n�o conseguiu contato com a Presid�ncia do Panam� nesta ter�a-feira, 16. A embaixada do pa�s em Bras�lia informou que s� o embaixador poderia tratar do assunto, mas que ele n�o estava dispon�vel. A Odebrecht, procurada, n�o se pronunciou.

A opera��o para obstruir a Lava Jato, segundo Migliaccio, ocorreu ap�s a Lava Jato ser deflagrada, em mar�o de 2014. Ele n�o mencionou o m�s nem nominou o presidente. Naquele ano, o Panam� foi governado por Ricardo Martineli at� 1� de julho, quando foi substitu�do por Juan Carlos Varela, que permanece no cargo.

Migliaccio revelou que foi informado sobre o andamento do pedido de colabora��o at� meados de 2015. Em junho daquele ano, foi preso o herdeiro e ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht. A Lava Jato continuou encontrando dificuldades em receber informa��es do Panam� ao menos at� o in�cio do ano passado, conforme o relato de investigadores.

Em fevereiro deste ano, procuradores do pa�s firmaram um acordo para trocar informa��es sobre o caso Odebrecht com o Brasil e outros pa�ses.

A Odebrecht mantinha contas no Banco Credicorp, no Panam�, por meio das quais movimentava dinheiro de corrup��o. Migliaccio contou que o gerente da conta tinha acesso ao sistema Drousys, do departamento de propinas, e tamb�m avisou � empreiteira sobre o pedido de colabora��o da Lava Jato.

Migliaccio tamb�m contou � Lava Jato que os bancos que guardavam o dinheiro da corrup��o no exterior cobravam uma comiss�o para moviment�-lo. O valor era dividido com os executivos do setor de propinas e agentes da empreiteira no exterior.

(Breno Pires e F�bio Fabrini)


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