Nova York - A baleia azul gigante do Museu de Hist�ria Natural de Nova York pairou sobre a homenagem que Jo�o Doria recebeu na cidade nessa ter�a-feira, 16, mas o animal que rondava o sal�o com quase 1.000 convidados era o "elefante branco" de sua candidatura � Presid�ncia em 2018. O prefeito pretendia fazer um discurso centrado em sua gest�o em S�o Paulo, mas fugiu do script para atacar os governos petistas e se apresentar como o seu ant�doto.
"Voc�s n�o podem se calar", disse Doria � plateia de homens de smoking e mulheres de vestidos longos, formada por empres�rios e executivos. "Essa maioria, se silenciosa ficar, a minoria ruidosa vai ganhar. E n�o pode. N�o pode. Porque ningu�m quer para os seus filhos e para os seus netos aquele mundo que estava previsto at� um ano atr�s."
O tucano afirmou que os petistas "quase destru�ram" o Brasil e sua economia e disse que ser� uma voz para "lembrar essas mazelas". Em nenhum momento Doria fez refer�ncia expl�cita � disputa presidencial ou � sua potencial candidatura, mas toda a simbologia do evento apontava nessa dire��o.
Doria foi apresentado pelo publicit�rio Nizan Guanaes, que leu uma carta de Fernando Henrique Cardoso, na qual o ex-presidente elogiou a capacidade do prefeito de se comunicar com a popula��o. "Gestos e palavras s�o meios adequados para ser a chave da pol�tica contempor�nea", disse FHC.
O pronunciamento do prefeito foi precedido de um v�deo sobre sua trajet�ria, da inf�ncia at� sua elei��o no primeiro turno no ano passado. A pe�a foi encerrada com a imagem da bandeira do Brasil e a m�sica que celebrava as vit�rias de Ayrton Senna.
A sombra da candidatura tamb�m apareceu nos sucessivos elogios de Doria a outro presidenci�vel tucano que estava na cerim�nia, o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin. "Esse homem pol�tico extraordin�rio, meu amigo de 37 anos", exaltou o prefeito, que se referiu ao governador mais tr�s vezes em um discurso de menos de 20 minutos.
Na manh� desta ter�a, Doria contemplou pela primeira vez a possibilidade de disputar a pr�via do PSDB para defini��o do candidato do partido � presid�ncia, o que o colocaria na posi��o de rival de seu padrinho pol�tico.
O embaixador do Brasil nos EUA, Sergio Amaral, leu uma carta do presidente Michel Temer, na qual ele se referiu ao processo de reformas do Brasil e defendeu o fortalecimento da rela��o entre os dois pa�ses.
O pr�mio da C�mara de Com�rcio Brasil-Estados Unidos em Nova York � concedido todos os anos a um brasileiro e a um americano que tenham se destacado no fortalecimento de la�os entre os dois pa�ses. A edi��o desta ter�a-feira foi a 47ª. Doria foi homenageado ao lado de Thomas Shannon, ex-embaixador dos EUA no Brasil que hoje ocupa a Subsecretaria para Assuntos Pol�ticos no Departamento de Estado - um dos mais importantes postos da diplomacia americana.
No ano passado, os homenageados foram o ex-presidente do Banco Central Arm�nio Fraga e o ex-secret�rio do Tesouro dos EUA Timothy Geithner. Em 2015, o pr�mio foi entregue aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton.
Antes da cerim�nia, Doria recebeu cumprimentos no sagu�o de entrada do Museu de Hist�ria Natural, onde os convidados faziam selfies em frente aos esqueletos de dinossauros que ocupam o centro do sal�o. Entre os representantes do PIB brasileiro estavam Roberto Set�bal, do Ita�, Luiz Trabuco, do Bradesco, e Benjamin Steinbruch, da CSN.