S�o Paulo, 18 - O procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot declarou nesta quinta-feira, 18, que a Opera��o Patmos - desdobramento da Lava Jato que pegou o senador A�cio Neves (PSDB) - revela que "alguns pol�ticos" continuam usando estrutura partid�ria e o cargo para crimes em preju�zo do Estado e da sociedade".
"Com o estabelecimento de tarefas definidas, o n�cleo pol�tico da organiza��o criminosa investigada na Opera��o Lava Jato promove intera��es diversas com agentes econ�micos, com o objetivo de obter vantagens il�citas, por meio da pr�tica de crimes, sobretudo a corrup��o", afirmou Janot ao encaminhar ao Supremo Tribunal Federal pedido para deflagrar a Patmos.
Nesta quinta-feira, 18, a nova fase da Lava Jato autorizada pelo ministro Edson Fachin, do STF, saiu �s ruas para cumprir 41 mandados de busca e apreens�o e 8 de pris�o preventiva em 5 Estados e no Distrito Federal.
"A Procuradoria-Geral da Rep�blica apura a pr�tica de crimes que continuam ocorrendo, como o pagamento de propina a parlamentares e ex-parlamentares", informa texto divulgado pela Procuradoria.
Os pedidos de pris�o e busca e apreens�o foram formulados pelo procurador-geral "com base em material comprobat�rio apresentado por pessoas ligadas ao grupo J&F, bem como em apura��es feitas por meio de a��es controladas da Pol�cia Federal".
"Os fatos que embasaram os pedidos ocorreram neste ano, em pleno curso das investiga��es da Opera��o Lava Jato."
O objetivo das buscas, destaca a Procuradoria, foi apreender documentos, livros cont�beis e fiscais, arquivos eletr�nicos, aparelhos de telefone, valores e objetos "possivelmente relacionados � situa��o, a fim de refor�ar o conjunto probat�rio das investiga��es".
Os fatos em apura��o podem caracterizar crimes de corrup��o passiva e ativa, lavagem de dinheiro, constitui��o e participa��o de organiza��o criminosa, entre outros.
"Os elementos de prova revelam que alguns pol�ticos continuam a utilizar a estrutura partid�ria e o cargo para cometerem crimes em preju�zo do Estado e da sociedade", afirma Janot.
Para o procurador-geral, o caso revela "perplexidade, pois os fatos ocorreram apesar e durante as investiga��es de delitos graves praticados atrav�s de aut�nticas organiza��es criminosas enraizadas no poder p�blico, envolvendo algumas das mais altas autoridades do pa�s".
"Isso demonstra que o esperado efeito depurador e dissuas�rio das investiga��es e da atua��o do Poder Judici�rio lamentavelmente n�o vem ocorrendo e a espiral de condutas reprov�veis continua em marcha nos mesmos termos e com a mesma ou maior intensidade e desfa�atez", disse.
(Julia Affonso, F�bio Serapi�o e F�bio Fabrini)