
Lula e Dilma: US$ 150 milh�es
O empres�rio Joesley Batista, do Grupo JBS, descreve o fluxo de duas “contas-correntes” de propina no exterior, cujos benefici�rios seriam os ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O empres�rio informou � Procuradoria-Geral da Rep�blica que o saldo das duas contas bateu em US$ 150 milh�es em 2014. Seriam US$ 70 milh�es para a campanha de Lula em 2010 e US$ 80 milh�es para a corrida eleitoral de Dilma em 2014. Joesley disse que em outubro de 2014, no Instituto Lula, encontrou-se com Lula e relatou ao petista que as doa��es oficiais da JBS j� tinham ultrapassado R$ 300 milh�es. Ele teria indagado o presidente quanto ao risco de exposi��o que os vultosos recursos atra�am j� que n�o haveria plataforma ideol�gica para tamanho montante. Lula teria olhado nos olhos do empres�rio sem falar nada. Ao negociar e efetuar os pagamentos dos pedidos dos petistas, Joesley certificou-se de que tanto Lula quanto Dilma tivessem conhecimento da movimenta��o financeira nas contas do partido. Em troca dos pagamentos, o Grupo JBS recebeu cr�ditos do BNDES e de fundos de pens�o.

Temer: R$ 15 mi recebidos e R$ 1 mi guardados
O diretor de Rela��es Institucionais do Grupo JBS, Ricardo Saud, revela aos procuradores do Minist�rio P�blico a forma como o presidente Michel Temer recebeu a propina do grupo. Temer teria recebido R$ 15 milh�es do dinheiro destinado ao Partido dos Trabalhadores (PT) para a campanha � vice-presid�ncia em 2014. Saud delatou que na ocasi�o Temer decidiu “guardar” R$ 1 milh�o. No depoimento, o delator diz que Temer negociou o valor junto ao PT e que os R$ 15 milh�es foram repartidos em diversas frentes: R$ 9 milh�es teriam sido pagos em cinco parcelas ao PMDB nacional, como “propina dissimulada em forma de doa��o oficial”; R$ 3 milh�es teriam sido entregues a um intermedi�rio do ex-deputado Eduardo Cunha em um posto de gasolina no Rio de Janeiro; e R$ 2 milh�es teriam sido repassados a Duda Mendon�a como parte do pagamento pela campanha de Paulo Skaf ao governo de S�o Paulo. “Eu j� vi o cara pegar o dinheiro da campanha e gastar na campanha. Agora, ganhar um dinheiro do PT e guardar pra ele no bolso dele, eu acho muito dif�cil. A�, ele (Temer) e o (Gilberto) Kassab fizeram isso. S� o Temer e o Kassab guardaram o dinheiro pra eles usarem de outra forma”, declarou Saud.

Propina de R$ 5 mi paga a Cunha na Cadeia
Em sua dela��o premiada, o empres�rio Joesley Batista, dono do Grupo JBS, revelou ter pago R$ 5 milh�es ao ex-presidente da C�mara, deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “de saldo de propina” depois de o parlamentar estar preso pela Lava-Jato. O valor seria referente a uma “d�vida” de R$ 20 milh�es com o ex-deputado devido � atua��o dele em projeto que desonerou a cadeia produtiva de frango e beneficiou empresas do grupo. No depoimento, o empres�rio sustentou que informou o presidente Michel Temer, em reuni�o no Pal�cio do Jaburu, que pagamentos a Cunha haviam cessado e que ainda dava R$ 400 mil de ‘mensalidade’ a L�cio Bolonha Funaro, tamb�m preso, apontado como operador do peemedebista e do empres�rio em esquemas de corrup��o. O objetivo dessa mesada, explicou o depoente, era garantir o sil�ncio tanto de Funaro quanto de Cunha. “Temer disse que era importante continuar”, diz trecho do depoimento. O dono do frigor�fico JBS contou � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) tamb�m que deu R$ 30 milh�es a Cunha para bancar a campanha do peemedebista � presid�ncia da C�mara, em 2015.

A�cio: R$ 80 milh�es em caixa 2
Em dela��o premiada ao Minist�rio P�blico, o empres�rio dono do Grupo JBS, Joesley Batista, e o diretor de Rela��es Institucionais da gigante do setor aliment�cio, Ricardo Saud, o senador afastado teria recebido cerca de R$ 80 milh�es em propinas. Joesley contou aos procuradores que teria pago cerca de R$ 60 milh�es ao tucano, mas Saud, bra�o direito de Joesley nas negocia��es com pol�ticos do governo ou da oposi��o, delatou pagamento de R$ 80 milh�es ao presidente licenciado do PSDB. Os valores teriam sido pagos por eles em 2014, em troca do uso do mandato do tucano para beneficiar os neg�cios do grupo. Ainda na dela��o feita pelos executivos, eles citam a��es de A�cio na libera��o de cr�ditos de ICMS para uma das empresas do grupo na �rea de couro. A negocia��o foi de R$ 12,6 milh�es. Outra atua��o teria sido relacionada tamb�m a cr�ditos na compra da Seara, por uma subsidi�ria da JBS. O delator contou que Joesley sempre “correu” do candidato. “Ele (A�cio) continuou pedindo mais dinheiro ap�s a campanha”, relatou.

Jos� Serra: caixa 2 de R$ 6,4 milh�es
Na dela��o premiada feita ao Minist�rio P�blico e homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o empres�rio Joesley Batista confessou ter pago R$ 6,4 milh�es por meio de caixa 2 � campanha do senador Jos� Serra � Presid�ncia da Rep�blica – o tucano foi candidato ao Planalto em 2002 e em 2010. Segundo a dela��o, outros R$ 13 milh�es foram doados oficialmente ao tucano. De acordo com Joesley, o senador pediu R$ 20 milh�es ao Grupo JBS. “R$ 6 milh�es atrav�s de notas frias para a empresa LRC Eventos e Promo��es, com a falsa venda de um camarote no Aut�dromo de Interlagos, em S�o Paulo; R$ 420 mil para a empresa APPM Analista e Pesquisa, tamb�m em notas frias”, diz o anexo da dela��o do dono do grupo JBS. O delator explica que outros R$ 13 milh�es foram doados oficialmente, conforme indica��o do candidato. Joesley afirmou que o “sr. Furquim” ficou respons�vel pela operacionaliza��o dos pagamentos – Luiz Fernando Furquim morreu em 2009 e foi respons�vel pelas contas de campanha do senador tucano.

R$ 3 milh�es para virar voto no impeachment
Joesley Batista, dono da JBS, afirmou � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) que o deputado Jo�o Carlos Bacelar (PR-BA) teria pedido R$ 150 milh�es para comprar votos contra o impeachment de Dilma Rousseff. Joesley e o irm�o Wesley Batista fecharam acordo de dela��o premiada no �mbito da Opera��o Lava-Jato. O conte�do dos depoimentos j� foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal e o sigilo das informa��es retirado e divulgado. Segundo Joesley, em 9 de abril de 2016, um s�bado, uma semana antes da vota��o do impeachment na C�mara dos Deputados, ele se reuniu com Bacelar. Na ocasi�o, segundo o delator da JBS, Bacelar disse que “tinha conseguido convencer 30 deputados a votarem a favor de Dilma em troca de R$ 5 milh�es cada um”. Joesley, no entanto, diz ter concordado com a “compra” de apenas 5 deputados no valor total de R$ 15 milh�es divididos em parcelas. Segundo ele, o dinheiro era distribu�do por Jo�o Bacelar, e que s� tinha conseguido repassar R$ 3,5 milh�es. Parte do pagamento – R$ 500 mil –, diz Joesley, ocorreu em mar�o deste ano. Joesley diz que pagou cinco deputados para votarem contra impeachment de Dilma.

R$ 600 milh�es para ‘compra’ de pol�ticos no atacado
O diretor de Rela��es Institucionais da JBS, Ricardo Saud, contou em sua dela��o premiada que a empresa distribuiu propinas por atacado no meio pol�tico brasileiro, detalhando os nomes de centenas benefici�rios. Em depoimento prestado � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), ele revelou que 1.829 candidatos, de 28 partidos das mais variadas colora��es, receberam dinheiro do grupo controlado pelos irm�os Joesley e Wesley Batista. As doa��es il�citas foram de quase R$ 600 milh�es. O grosso dos recursos, segundo ao delator, foi destinado aos candidatos em troca de contrapartidas no setor p�blico. “Tirando esses R$ 10milh�es, R$ 15 milh�es aqui (doa��o legal), o resto tudo � propina. Tudo tem ato de of�cio, tudo tem promessa, tudo tem alguma coisa”, relatou. Saud disse que o “estudo” foi feito por sua pr�pria iniciativa. Em v�deo do depoimento, divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ele entrega aos investigadores uma pilha de pap�is com a rela��o de subornados, agora potenciais alvos de novos inqu�ritos de corrup��o. Os n�meros t�m a escala da chamada “dela��o do fim do mundo”, rec�m-acordada por 78 executivos da Odebrecht. “Eleitos foram 179 deputados estaduais, de 23 Estados; 167 deputados federais, de 19 partidos. Demos propina para 28 senadores da Rep�blica, sendo que alguns disputaram e perderam elei��o para governador e alguns disputaram reelei��o ou elei��o para o Senado. E demos propina para 16 governadores eleitos, sendo quatro do PMDB, quatro do PSDB, tr�s do PT, dois do PSB, um do PP, um do PSD”, contou. O diretor disse achar que, no futuro, o seu “estudo” vai servir. “Aqui est�o todas as pessoas que receberam propina diretamente ou indiretamente da gente”, entregou, concluindo com uma explica��o sobre o esquema: “Se ele (o pol�tico) recebeu esse dinheiro, sabe, de um jeito ou de outro, (que) foi de propina. Essas pessoas est�o cientes disso”.

Mantega: operador da propina do PT
Na extensa rela��o de pagamento de propina e doa��es de caixa 2 a pol�ticos, um dos personagens citados por Joesley Batista � Procuradoria-Geral da Rep�blica � o ex-ministro petista Guido Mantega. Segundo a reportagem do jornal O Globo, Joesley afirmou que Mantega era o contato dele com o PT. Guido Mantega teria sido para a JBS o que Antonio Palocci foi para a Odebrecht. � o que sugeriu o dono da gigante de alimentos ao revelar em dela��o que o homem que por mais tempo comandou a economia do pa�s foi o respons�vel por distribuir as propinas a pol�ticos do PT. No depoimento, Joesley declarou que havia uma esp�cie de conta-corrente para o PT na JBS, e ressaltou: “Mantega n�o pegava dinheiro para si pr�prio, e sim para o partido”. Em troca do apoio, a JBS foi a empresa que mais recebeu dinheiro do BNDES. Entre 2005 e 2016 foram mais de R$ 8 bilh�es em compra de a��es e mais de R$ 3 bilh�es em empr�stimos. Segundo Joesley Batista, opera��es como essas foram facilitadas pela intermedia��o de Guido Mantega.

Palocci: R$ 30 milh�es na campanha de 2010
Joesley Batista contou aos procuradores do Minist�rio P�blico que a JBS doou R$ 16,7 milh�es nas elei��es de 2010 a pedido do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Desse valor, R$ 1,8 milh�o foi pago a uma pessoa chamada Samuel e R$ 1 milh�o a uma mulher com o nome de Gilmarcy. A maior parte (R$ 16,3 milh�es), no entanto, foi doada oficialmente a diversos candidatos indicados por Palocci. O empres�rio contou que Palocci pediu a ele R$ 30 milh�es para a campanha eleitoral de 2010. Disse ainda que contratou a consultoria de Palocci de forma legal e sem o objetivo de influenciar nenhum �rg�o do governo no Brasil e no exterior. A inten��o de Joesley seria aprender pol�tica com Palocci. “Contratei uma consultoria, que pagava mensalmente, para ficar me dando aula de pol�tica. N�o conhecia nada das rela��es pol�ticas, quem era aliado de quem, quem era advers�rio, quem comandava minist�rio. Eu queria saber como funcionava o mundo pol�tico. Isso me foi bastante �til.” Pelo servi�o, pagou R$ 2 milh�es.

Marcos Pereira: R$ 6 milh�es de propina
O dono da JBS, Joesley Batista, afirmou em sua dela��o que repassou ao ministro da Ind�stria, Com�rcio Exterior e Servi�os, Marcos Pereira, R$ 6 milh�es. O valor teria sido dividido em 12 parcelas, sendo que a �ltima foi repassada pessoalmente a Pereira no dia 24 de mar�o. A �ltima parcela de R$ 700 mil foi paga em 24 de mar�o deste ano, na casa do depoente, diretamente a Marcos Pereira”, contou. De acordo com o que contou aos procuradores na dela��o, Marcos Pereira teria enviado um emissor para negociar o valor. O fato ocorreu na �poca em que a empresa negociava empr�stimos com Caixa Econ�mica Federal de R$ 2,7 bilh�es. Joesley ent�o teria sido procurado pelo vice-presidente corporativo da Caixa, Ant�nio Carlos Ferreira – indicado ao cargo pelo PRB. Na conversa, o representante do banco afirmou que pedia os recursos em nome de quem havia lhe indicado. O PRB tem como presidente licenciado o ministro do governo Temer.

Alexandre Padilha: R$ 3 milh�es em 2014
O diretor de Rela��es Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou ao Minist�rio P�blico Federal que o candidato do PT ao governo de S�o Paulo em 2014, Alexandre Padilha, recebeu R$ 3 milh�es em doa��es il�citas de campanha. O executivo relatou que, somente naquele ano, o Partido dos Trabalhadores recebeu R$ 150 milh�es para a campanha, dos quais R$ 30 milh�es foram repassados aos diret�rios estaduais e candidatos ao governo de estado. Saud detalhou o valor entregue a mais tr�s candidatos, al�m do valor repassado ao ex-ministro da Sa�de. Segundo ele, o atual governador de Minas, Fernando Pimentel, tamb�m do PT, recebeu pelo menos R$ 30 milh�es, Gleisi Hoffmann, senadora (PT/PR) e candidata derrotada ao governo do Paran�, R$ 5 milh�es; e Antonio Gomide, de Goi�s, R$ 2 milh�es.