Bras�lia, 20 - Integrantes da equipe do ex-governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, teriam fraudado documentos para garantir que a JBS pagasse menos tributos, acusa o diretor de Tributos do grupo, Valdir Boni. O executivo � um dos que fizeram dela��o premiada com a Procuradoria Geral da Rep�blica.
Silval Barbosa foi governador entre 2010 e 2015 e est� preso desde setembro de 2015, acusado de liderar esquema de recebimento de propina em troca da concess�o de incentivos fiscais. Na dela��o, Boni afirma que foram feitos documentos com data retroativa para legitimar benef�cios fiscais concedidos irregularmente.
Em 2011, novos frigor�ficos tinham acesso a um programa de incentivos que reduzia a al�quota de ICMS de 3,5% para at� zero. Um dos donos da JBS, Wesley Batista, teria intercedido junto a Silval Barbosa para que as empresas do grupo JBS tivessem o mesmo benef�cio. Em 2011, o governador assinou um protocolo de inten��es garantindo um cr�dito tribut�rio de R$ 73 milh�es para a empresa.
Segundo Boni, de 2012 a 2014 o benef�cio foi concedido sem a assinatura de qualquer documento. "Foi simplesmente acertado entre Wesley e o governador, com anu�ncia do secret�rio de Fazenda, Casa Civil e Ind�stria e Com�rcio. Sem documentos, simplesmente negocia��o verbal entre Wesley e governador, mediante acerto de propina, evidentemente", disse Boni aos procuradores.
Em 2014, a JBS foi autuada pela utiliza��o dos cr�ditos relativos a 2011 (R$ 73 milh�es) e o governador foi alvo de a��o de improbidade administrativa. Com isso, de acordo com Boni, o ex-secret�rio da Casa Civil do MT, Pedro Nadaf, prop�s a assinatura de um documento que inclu�sse 12 frigor�ficos da JBS no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic), o que legitimaria os benef�cios fiscais recebidos pela empresa. "� um documento falso, assinamos em 2014 com data de 2012", disse o executivo.
Tamb�m foi feito um segundo documento para incluir atividades de curtume da JBS no rol das empresas beneficiadas. "Foi feito outro documento falso para o segmento curtume", acrescentou Boni. O executivo disse ter conhecimento de que eram pagas propinas em troca dos benef�cios, mas nega que ele tenha operacionalizado os pagamentos.
(Lorenna Rodrigues)