S�o Paulo, 21 - O diretor de Rela��es Institucionais e de Governo da JBS, Ricardo Saud, relatou � Procuradoria-Geral da Rep�blica que pagou R$ 27,5 milh�es em propina para a campanha de Luiz Fernando Pez�o (PMDB) ao governo do Rio em 2014. Em dela��o premiada, o executivo afirmou que negociou o dinheiro com o antecessor e padrinho pol�tico de Pez�o, o ex-governador S�rgio Cabral, tamb�m do PMDB - preso na Opera��o Calicute, desdobramento da Lava Jato, desde novembro de 2016. Cabral exigiu entre R$ 30 milh�es e R$ 40 milh�es, segundo o delator.
Em troca, a JBS assumiu, sem custos, segundo o delator, uma f�brica inutilizada da BR Foods de 400 mil m� em Pira�, no interior do Rio. Ele afirma que foram R$ 20 milh�es de propinas �dissimuladas em doa��es oficiais� e mais R$ 7,5 milh�es em esp�cie, supostamente entregues ao ex-secret�rio de Obras do estado Hudson Braga.
�Eu fui at� o S�rgio Cabral e falei que a f�brica era tudo para n�s. Eu perguntei se ele teria peito de tomar da BR Foods e ele disse que sim. Eu conversei com o Joesley (Batista, acionista da JBS) e disse: �Ganhar uma f�brica de gra�a num momento desse � a melhor coisa que tem'�, disse no depoimento.
Saud ressaltou que nunca tratou diretamente com Pez�o sobre recursos financeiros. Toda a negocia��o teria sido feita com Cabral, que era o articulador da campanha, segundo o executivo. Ele disse ainda que, quando iniciaram as conversas sobre o pagamento, Cabral disse: �Preciso ganhar a elei��o�, se referindo � campanha de Pez�o.
�Ele pediu entre R$ 30 milh�es e R$ 40 milh�es de propina. Eu falei: �Voc� t� louco�. A�, fechamos em R$ 27,5 milh�es. Uma parte grande foi para a elei��o do Pez�o e outra parte para deputados que ele queria eleger�.
Segundo Saud, o dinheiro teria sido pago de forma parcelada entre julho e outubro de 2014. O delator informou que, al�m dos montantes para a campanha e para o PMDB do Rio, R$ 900 mil teriam sido destinados ao PDT.
�Ele disse: �Preciso de tempo de televis�o. Voc� precisa trazer um ou dois partidos�. Eu disse: �Posso te apresentar alguns presidentes de partidos, que voc� j� conhece e falar que n�s damos a garantia, que se houver neg�cio, n�s vamos pagar�. Mas depois de tr�s ou quatro dias, ele disse: �N�o, voc� me d� o dinheiro e eu resolvo o problema��.
A reportagem n�o localizou neste domingo (21) a defesa do ex-governador do Rio S�rgio Cabral. A reportagem fez contato com o governo do Rio.
(Lucas Baldez)