(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Brasil vive momento de 'anomia', diz Fernando Henrique Cardoso

"H� falta de sentido de organiza��o e autoridade. Em toda a parte", disse o tucano


postado em 22/05/2017 02:07 / atualizado em 22/05/2017 08:00

(foto: Jonathan Melo/Divulgacao)
(foto: Jonathan Melo/Divulgacao)

S�o Paulo - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acredita que o Brasil vive um "momento de anomia" - estado que se caracteriza pela aus�ncia de regras - e que � preciso "botar ordem na casa". "H� falta de sentido de organiza��o e autoridade. Em toda a parte", disse o tucano em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, transmitida no in�cio da madrugada desta segunda-feira (22). "De repente o Minist�rio P�blico autoriza que um empres�rio ponha um microfone para pegar um presidente da Rep�blica. N�o � uma coisa banal. Por outro lado voc� ouve as dela��es, algumas conversas s�o impublic�veis. Por outro lado tem um ministro (do STF, Edson Fachin) que suspende um senador (A�cio Neves, PSDB-MG). N�o estou julgando, mas estou dando elementos para dizer que est� faltando ordem na casa."

Questionado sobre o que faria se estivesse no lugar do presidente Michel Temer, FHC disse que "a essa altura, eu estaria considerando o futuro do Brasil e pensando bem: ser� que eu tenho condi��es de governar?". Na sequ�ncia, o tucano foi perguntado quanto tempo levaria para fazer essa reflex�o. "N�o muito. As coisas v�o variar com muita velocidade, v�o se mover com muita rapidez, eu acho. Sem julgar, mas em termos das condi��es do Brasil, estamos passando por um momento de... Vou falar em sociologu�s, mas � simples... De anomia."

FHC afirmou ainda que a situa��o de Temer � "embara�osa", mas que as transi��es da conversa que o presidente teve, em mar�o, no Pal�cio do Jaburu, com o empres�rio Joesley Batista, da JBS, n�o s�o "taxativas". "Acho que o presidente Temer foi sincero quando ele falou (nos dois pronunciamentos que deu ap�s o estouro da crise), mas n�o explica tudo." O tucano salientou que o presidente deve ter o direito de defesa respeitado, como qualquer outra pessoa, para que apresente suas explica��es sobre o caso. "Se ficar evidenciado que ele n�o tem defesa aceit�vel (...), a� ele tem obriga��o moral de renunciar pra abrir espa�o pra construir um futuro."

Sobre a rea��o do PSDB �s den�ncias, o tucano disse que, a princ�pio, houve um movimento em dire��o � ruptura com a gest�o Temer. "O PSDB achou que tinha que desembarcar como se n�o tivesse nada com o governo. Ele (o partido) tem. Seria oportunismo sair correndo", disse FHC. "O PSDB tem responsabilidade. N�o cabia, a meu ver, dar uma punhalada nas costas do presidente naquele momento. N�o estava nada claro." A posi��o do partido, segundo o ex-presidente, � de cautela. Isso n�o significa, no entanto, que n�o poder� haver uma mudan�a de pensamento que resulte no desembarque do governo - o PSDB controla quatro minist�rios.

FHC elogiou a postura do senador A�cio Neves de deixar o comando do PSDB assim que as den�ncias contra ele foram reveladas, mas disse que o mineiro "foi realmente alvejado de uma maneira grave" ao aparecer em uma grava��o pedindo R$ 2 milh�es para o empres�rio Joesley Batista. "(A�cio) agiu como tinha que agir. N�o esperou que os outros tomassem a dianteira. Conhe�o bem o A�cio, mas fatos s�o fatos. Ele ficou inviabilizado (para exercer a presid�ncia do PSDB) at� poder esclarecer (as den�ncias)."

Na entrevista ao Canal Livre, o ex-presidente falou ainda sobre o que chamou de "crise da democracia representativa", o aparecimento de "outsiders" no cen�rio pol�tico (como Donald Trump nos EUA e Emmanuel Macron na Fran�a), a import�ncia das redes sociais nas elei��es e preconizou a cria��o das candidaturas independentes no Pa�s.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)