Aos gritos de "ou param as reformas, ou paramos o Brasil", sindicatos e movimentos sociais protestam em Bras�lia, nesta quarta-feira (24/5), reunindo dezenas de milhares de pessoas. � frente do movimento, que tamb�m pede a sa�da do presidente Michel Temer, est�o a For�a Sindical e a Central �nica dos Trabalhadores (CUT), que programaram, ap�s concentra��o na regi�o central da cidade, uma caminhada at� o Congresso Nacional para pressionar o governo e a bancada de apoio ao Planalto no Congresso a recuarem nas reformas trabalhista e previdenci�ria.
Em cima de um trio el�trico, o deputado federal Paulinho da For�a (Solidarieda-SP), que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff e a ascens�o de Michel Temer ao Planalto, disse que o novo governo excluiu os trabalhares. Segundo ele, se a categoria n�o for ouvida, vai "paralisar o Brasil".
"A reforma trabalhista destr�i a organiza��o sindical, desorganiza a classe, tira os direitos e terceiriza todo mundo", bradou. Um pouco mais cedo, Paulinho disse que as centrais planejam nova greve geral, que pode ocrrer "em 15 ou 20 dias".
O presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que trabalha para garantir a aprova��o das reformas propostas pelo governo Temer, marcou uma reuni�o com representantes de sindicatos para as 13h. As reformas, no entanto, t�m avan�ado no Congresso.
A trabalhista avan�ou nesta ter�a-feira (23) no Senado, ap�s sess�o tumultuada, e est� pronta para ser votada na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE). Incomodados com a aus�ncia de deputados que prometeram se juntar � manifesta��o, os participantes gritaram "� deputados, cad� voc�s? Viemos aqui para ver voc�s."
�nibus e caravanas
Segundo a Secretaria de Seguran�a P�blica do Distrito Federal, por volta do meio-dia, 25 mil pessoas participavam do ato. As entidades organizaram caravanas para trazer trabalhadores a Bras�lia. Mais de 300 �nibus chegaram � capital desde ontem, vindos de diversos estados, como S�o Paulo, Rio Grande do Sul e Maranh�o.
A esses trabalhadores, juntam-se manifestantes moradores do Distrito Federal. Os ve�culos foram parados e revistados ainda nas rodovias que d�o acesso ao Distrito Federal. Em alguns deles, a Pol�cia Militar confiscou paus e pedras.
Outra medida de seguran�a adotada foi a revista dos manifestantes antes de acessarem a Esplanada dos Minist�rios. Preocupados com uma poss�vel repercuss�o negativa, em caso de atos violentos, os l�deres sindicais anunciam a todo momento no carro de som que nenhum mascarado vai entrar no movimento.
"Estamos de olho", avisam, e pedem para que aqueles com rosto coberto tirem as m�scaras. Tamb�m por quest�es de seguran�a, as pistas da Esplanada dos Minist�rios foram interditadas desde a 0h desta quarta-feira. A medida, aliada � paralisa��o dos rodovi�rios, que levou mais pessoas a tirarem o carro da garagem, acabou gerando transtornos no tr�nsito da cidade.