Bras�lia, 25 - O ex-ministro Nelson Jobim procurou caciques do PSDB nos �ltimos dias para medir o apoio que teria no partido para uma eventual candidatura a presidente da Rep�blica, caso o presidente Michel Temer seja cassado ou renuncie ao cargo. Desde que a dela��o dos donos da JBS incriminando Temer foi divulgada, Jobim j� conversou pessoalmente com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e por telefone com o senador Jos� Serra (SP), de quem � amigo h� pelo menos 30 anos.
No Congresso Nacional, Jobim � apontado hoje como um dos tr�s candidatos com mais chances de vencer uma poss�vel elei��o indireta. Os outros dois s�o o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Com um "concorrente" tucano, o ex-ministro procurou caciques do PSDB para ver o apoio que teria de parlamentares da sigla, caso se candidatasse a presidente.
Segundo interlocutores de Serra, Jobim n�o se coloca ainda claramente como candidato, mas n�o descarta apresentar uma candidatura. Desde a conversa entre o senador e o ex-ministro, aliados do parlamentar abordam tucanos e deputados de outros partidos para sond�-los se votariam em Jobim. O grupo do senador �, no PSDB, aquele no qual Jobim mais tem apoio. Amigos h� anos, Serra e o ex-ministro chegaram a dividir o mesmo apartamento em Bras�lia, quando eram deputados federais, entre 1987 e 1994.
Un�nime
Aliados dos tr�s principais caciques do PSDB - Serra, o senador afastado A�cio Neves (MG) e o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, - avaliam que, se Tasso decidir ser candidato, o partido estar� unido para apoiar o senador cearense. Nesse cen�rio, Jobim, Maia ou qualquer outro candidato n�o teriam grande apoio na legenda. "O Tasso � un�nime no partido", disse um parlamentar tucano ligado a A�cio e que integra a executiva nacional do PSDB.
Interlocutores de Alckmin no Congresso dizem ainda ver com desconfian�a uma poss�vel candidatura de Jobim. Em caso de elei��o indireta, tucanos afirmam que o candidato de consenso ter� de se comprometer a n�o disputar reelei��o em outubro de 2018, quando o governador paulista se articula para ser o candidato do PSDB � Presid�ncia da Rep�blica. "Alckmistas" dizem n�o confiar que o ex-ministro da Defesa cumpriria uma promessa nesse sentido.
Aliados de Alckmin tamb�m avaliam que a proximidade de Jobim com o PT e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, de quem foi ministro da Defesa, pode dificultar o apoio de alguns tucanos. O argumento � de que seria dif�cil explicar para seus eleitores que, como parlamentares, elegeram algu�m ligado ao petista. Por outro lado, admitem que essa boa rela��o com o PT, maior partido da oposi��o, pode ajud�-lo a conseguir votos na esquerda.
Tucanos reconhecem ainda que, entre os tr�s candidatos, Jobim � o que tem melhor interlocu��o com o Poder Judici�rio. Al�m de ter sido ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de 1997 a 2006, indicado por FHC, ele teve influ�ncia na escolha de muitos ministros de Cortes superiores durante os governos Lula e Dilma, de quem foi ministro da Defesa entre 2007 e 2011. "N�o d� para entrar algu�m sem o aval do Supremo", disse um parlamentar tucano.
(Igor Gadelha)