
A sogra de Mendherson Souza Lima, assessor de Zez� Perrella (PSDB-MG) no Senado, ficou com duas malas de R$ 480 mil em sua casa, a pedido do agente p�blico, segundo relat�rios de busca e apreens�o da Pol�cia Federal no �mbito de investiga��es a respeito de A�cio Neves (PSDB-MG). O servidor � apontado pelas investiga��es como respons�vel por receber a propina de R$ 2 milh�es - que A�cio teria pedido a Joesley Batista, da JBS -, e repassar � empresa Tapera de responsabilidade de Zez� Perrella.
De acordo com relat�rio da busca e apreens�o, Mendherson se assustou com as not�cias a respeito da dela��o da JBS que o mencionavam como interposto de A�cio em esquemas de propinas, e decidiu levar o dinheiro a um local que ‘n�o estivesse relacionado ao seu nome’.
Ele, ent�o, carregou as duas sacolas recheadas de notas de R$ 100 at� a cidade de Nova Lima, na regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, onde vive sua sogra, Azelina. O relat�rio da PF d� conta de que ela ficou com os recipientes ‘sem que soubesse do seu conte�do’. As sacolas estavam em um dos quartos da resid�ncia da sogra de Mendherson, segundo relatou a PF.
A�cio Neves foi gravado pedindo R$ 2 milh�es a Joesley Batista. Os valores teriam sido repassados ao primo do senador afastado, Frederico Pacheco, e as primeiras tratativas foram feitas pela irm� de A�cio, Andrea Neves - est�o em posse da Pol�cia Federal a filmagem dos repasses ao suposto receptor do tucano e conversas de WhatsApp com as solicita��es de Andrea. Apesar de justificar que os R$ 2 milh�es seriam para bancar advogados de defesa, o dinheiro foi transportado para Mendherson Souza, assessor de Zez� Perrella (PSDB-MG). Neste s�bado, A�cio voltou a negar a ‘origem il�cita’ do dinheiro.
Com a palavra, o criminalista Ant�nio Carlos de Almeida Castro, que defende o senador Zez� Perrella
O criminalista Ant�nio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende Zez� e Gustavo Perrella, afirmou que o Minist�rio P�blico tem feito ila��es de forma irrespons�vel e ‘tomado dela��es premiadas como verdade’. O advogado afirma que ‘nenhum dep�sito depositado na Tapera - empresa de Zez� Perrella, representada por Mendherson - tem rela��o com Gustavo Perrella, filho do senador.
“Gustavo n�o fez nunca um dep�sito � Tapera e sequer sabia o banco respons�vel pela conta da Tapera, que era a empresa de responsabilidade final do Zez� Perrella, a quem o Mwendherson se reportava”, afirma
“Mas o mais grave � que todos os dep�sitos feitos na Tapera sem exce��o, temos como comprovar a origem. Ent�o, o Minist�rio P�blico partiu de dados falsos, fazendo uma ila��o e n�o uma investiga��o para poder pedir a busca e apreens�o na casa de um senador da Rep�blica. Como hoje o Brasil est� extremamente punitivo, ningu�m acha nada estranho. Se voc� faz uma busca errada e inconsistente, as pessoas acham normal.O Zez� Perrella teve a casa invadida por ordem de um ministro do STF sem ter nenhuma rela��o com os dois milh�es. O que estamos investigando e � isso que interessa �: onde foram parar esses 2 milh�es? Eu garanto, afirmo e tenho provas, de que na conta da Tapera, que � a empresa de responsabilidade de Zez� Perrella, n�o foi. Se tem alguma rela��o entre o Fred e o Mendherson, isso tem de ser investigado”, conclui. (Breno Pires, Isadora Peron e Luiz Vassallo)
Com a palavra, A�cio Neves
A defesa do senador A�cio Neves reafirma que o empr�stimo de R$ 2 milh�es oferecido por Joesley Batista seria regularizado por meio de um contrato de m�tuo, se o �nico objetivo do empres�rio n�o fosse �nica e exclusivamente forjar uma situa��o criminosa que lhe desse o benef�cio da dela��o premiada.
O empr�stimo n�o envolveu dinheiro p�blico e nenhuma contrapartida, o que torna infundada a acusa��o de pagamento de propina. O senador A�cio tem convic��o de que as investiga��es feitas com seriedade e isen��o demonstrar�o os fatos verdadeiramente ocorridos.