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Estado de Minas

Pa�ses apuram elo entre JBS e empreiteiras


postado em 29/05/2017 10:31

S�o Paulo e Genebra, 29 - Investigadores que acompanham transa��es em diferentes para�sos fiscais est�o intrigados com uma coincid�ncia: empresas offshore citadas nas dela��es da JBS tamb�m aparecem em investiga��es sobre construtoras brasileiras. Pessoas pr�ximas aos casos querem saber o motivo pelo qual essas offshores foram utilizadas em diferentes momentos, por pessoas sem rela��es diretas, mas sempre para transferir recursos a pol�ticos e operadores.

Afora o fato de serem investigadas em esquemas de pagamento de propinas a pol�ticos brasileiros, � dif�cil estabelecer correla��es entre a JBS, maior produtora de carne do mundo, com a Queiroz Galv�o, empresa que atua nas �reas de engenharia, �leo e g�s, ou com a construtora Camargo Corr�a. A partir das v�rias dela��es e investiga��es em crimes de corrup��o, por�m, novas informa��es mostram que em algum momento elas tiveram v�nculos financeiros. A rela��o ocorreu de forma indireta, por meio de Lunsville e Valdarco, empresas offshores abertas por Joesley no Panam�, um para�so fiscal.

Joesley contou em sua dela��o que passou a reservar, para pagar propina, de 1% a 3% do valor de comiss�es originadas a partir de opera��es de exporta��es de v�rias empresas do grupo. Para movimentar esses recursos, abriu duas offshores: Lunsville Internacional e Valdarco Investments. Joesley Batista, dono da JBS, declarou que sempre havia dinheiro para que ambas pudessem fazer remessas a contas em diferentes pa�ses e a doleiros no Brasil.

Cruzamento

Ao se fazer o cruzamento de dela��es, descobriu-se que Lunsville foi citada por Expedito Machado, filho de S�rgio Machado, ex-presidente da Transpetro, subsidi�ria da Petrobras. Em sua colabora��o, Expedito narrou que, entre 2007 e 2013, recebeu recursos do exterior de esquemas do pai com v�rias empresas. Segundo ele, Lunsville era respons�vel por pagamentos da Queiroz Galv�o. Expedito disse ter perdido os registros dos dep�sitos e listou de cabe�a as contrapartes da Queiroz Galv�o, incluindo na lista a Lunsville.

A Valdarco foi identificada pelas autoridades do Peru, a partir de investiga��es da promotoria de crimes financeiros do pa�s. O ponto de partida foram den�ncias de que o ministro de Habita��o, Constru��o e Saneamento, Juan Sarmiento Soto, tamb�m do conselho da Sedapal - empresa respons�vel pelo abastecimento de �gua -, teria fraudado uma licita��o em benef�cio da Camargo Corr�a. O ano era 2009 e o presidente, Alan Garcia. A partir de v�rias dilig�ncias, incluindo a busca e apreens�o de documento no escrit�rio local da construtora brasileira, foi poss�vel tra�ar o caminho do dinheiro.

Segundo os investigadores, Juan n�o teria sido pago diretamente. A propina fora repassada a Enrique Saco Sarmiento, um parente, numa conta em Miami. A conta dos Estados Unidos, por sua vez, recebera o dinheiro do Panam�, num dep�sito feito pela Valdarco. O pagamento ocorreu em mar�o de 2009. A investiga��o no Peru foi associada � Opera��o Castelo de Areia, mais tarde considerada ilegal no Brasil. Mas, no ano passado, investigadores do Peru trocaram informa��es com a for�a-tarefa da Lava Jato, por meio de acordo de coopera��o.

Su��a

As osffshores da JBS fizeram v�rias movimenta��es via Su��a. Em uma dela��o premiada, o diretor-financeiro da JBS, Demilton Antonio de Castro, explicou que duas empresas de fachada eram alimentadas no banco su��o Julius Baer. A institui��o financeira era a mesma que tamb�m manteve quatro contas de empresas offshore controladas pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A reportagem apurou que essa situa��o mudou quando a Opera��o Lava Jato ganhou novas dimens�es e bancos su��os foram obrigados pelos procuradores a registrar e informar �s autoridades su��as qualquer tipo de movimenta��o fora do comum envolvendo brasileiros.

No Julius Baer, o volume de recursos movimentados pela JBS e seus padr�es de transfer�ncia acenderam um sinal de alerta, levando o banco a exigir explica��es. Segundo fontes do meio financeiro su��o, as contas foram fechadas e transferidas para o banco Hottinger. Documentos anexados nas dela��es confirmam a mudan�a.

Defesas/b>

Em nota, o grupo JBS informou que "todos os atos il�citos que a companhia e seus executivos cometeram no passado foram comunicados � Procuradoria-Geral da Rep�blica e est�o documentados nos autos da dela��o". empresa ressaltou que informa��es, dados e provas encontram-se em poder da Justi�a, refor�ando que "a companhia segue em seu firme prop�sito de colaborar com a Justi�a brasileira."

Por meio de sua assessoria, a construtora Queiroz Galv�o declarou que "n�o comenta investiga��es em andamento". A construtora Camargo Corr�a, bem como a defesa do ex-deputado Eduardo Cunha disseram que n�o comentariam. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Alexa Salom�o e Jamil Chade, correspondente)


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