Bras�lia, 01 - Em negocia��o de dela��o premiada com os procuradores da Opera��o Carne Fraca, Daniel Gon�alves Filho, apontado pela Pol�cia Federal como chefe do esquema de corrup��o na unidade do Minist�rio da Agricultura no Paran�, cita pagamentos, "normalmente em esp�cie", de empresas do setor aliment�cio para o ex-ministro da Justi�a e deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR).
O peemedebista voltar� � C�mara ap�s recusar o convite de Michel Temer para assumir o Minist�rio da Transpar�ncia.
Serraglio, segundo Gon�alves Filho, seria um de seus "padrinhos" no cargo. Ao lado de Maria do Rocio Nascimento, ex-chefe do Servi�o de Inspe��o de Produtos de Origem Animal, Gon�alves Filho � apontado pela PF como respons�vel por arrecadar propinas de frigor�ficos e empresas aliment�cias.
A proposta de dela��o do fiscal est� na Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR). Como vai reassumir sua cadeira na C�mara, Serraglio pode ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), caso o acordo seja homologado pela Corte.
Por meio de sua assessoria, Serraglio negou irregularidades. "Absolutamente imposs�vel ele estar falando isso. Jamais, em momento algum, o deputado tratou com ele sobre qualquer tipo de recursos, menos ainda de qualquer tipo de ilicitude", informou a nota.
Valores
O candidato a delator afirmou no documento para os procuradores que empresas do setor de carnes e processados pagavam valores para Serraglio e outros pol�ticos. Gon�alves Filho afirmou em um dos anexos que ele mesmo entregava o dinheiro para o peemedebista.
Em mar�o, um grampo da Carne Fraca capturou uma conversa de Serraglio com o fiscal agropecu�rio. No di�logo, Serraglio se refere a Gon�alves Filho como "o grande chefe".
Segundo a decis�o que deflagrou a opera��o, "em conversa com o deputado Osmar Serraglio, Daniel � informado sobre problemas que um frigor�fico de Ipor� estaria tendo com a fiscaliza��o do minist�rio (o Frigor�fico Larissa situa-se na mesma cidade)".
Novo acordo. Maria do Rocio tamb�m deu in�cio a uma negocia��o de dela��o premiada. Ela assinou o termo de confidencialidade com o MPF nos �ltimos dias. O Estado apurou que nas primeiras conversas com os investigadores, a funcion�ria p�blica confirmou os supostos pagamentos.
Em conversa telef�nica interceptada pela Pol�cia Federal em 2016, com autoriza��o judicial, a fiscal, que est� presa preventivamente, cita o nome "Serraglio" como "o velhinho que est� conosco".
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
(F�bio Serapi�o)