Bras�lia, 06 - O primeiro dia de julgamento da chapa Dilma Rousseff - Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi marcado, na noite desta ter�a-feira, por um embate entre os ministros Herman Benjamin, relator do caso, e Gilmar Mendes, presidente da Casa. No momento em que Herman defendia a cassa��o da chapa, Gilmar solicitou a palavra para pedir "cautela".
"As pessoas dizem que essa a��o demorou muito. N�o podemos esquecer que aqui n�s temos uma situa��o bastante singular, que n�o pode ser comezinha, que � a impugna��o de uma chapa presidencial, e um grau de estabilidade ou instabilidade que precisa ser considerado", completou. Por sua vez, Herman disse que as den�ncias eram graves.
Gilmar afirmou que o julgamento, independentemente do resultado, permitira que as pessoas conhecessem melhor a "realidade" das elei��es, de "empresas fantasmas" e outros fatos "grav�ssimos". Mas, como se adiantasse seu voto contra a cassa��o da chapa presidencial, ele comentou que, na �poca da ditadura militar (1964-1985), o TSE cassava menos que hoje, no per�odo democr�tico. Herman rebateu: "A ditadura cassava e ca�a quem defendia a democracia. Hoje, o TSE cassa quem ataca a democracia". Sem esconder a irrita��o, Gilmar afirmou: "Temos que ser moderados". Herman retrucou: "N�o se trata de dados quantitativos, mas qualitativos". A discuss�o continuou. Gilmar disse que era preciso ser "cuidadoso". "N�s temos que ser cuidadosos em tudo, especialmente quando se trata de voto popular", rebateu Herman.
Em seguida, o ministro relator citou declara��o de Gilmar, que em outro julgamento criticou o TSE por ser "competente" para cassar governadores da Para�ba, de Rond�nia e outros estados pequenos e n�o se "intromete" em elei��es em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. (Beatriz Bulla, Isadora Peron, Breno Pires e Leonencio Nossa).