Rio, 09 - O juiz Marcelo Bretas, da 7� Vara Federal Criminal do Rio, aceitou nesta sexta-feira, 9, den�ncia apresentada pelo Minist�rio P�blico Federal (MPF) no Rio de Janeiro (RJ) contra Thiago Arag�o, ex-s�cio da mulher de S�rgio Cabral, Adriana Ancelmo. O advogado � acusado de obstru��o � Justi�a. � a segunda den�ncia apresentada pela for�a-tarefa da Lava Jato no Rio contra Arag�o, que est� preso desde o in�cio do ano.
As investiga��es apontam que Arag�o teria buscado atrapalhar as investiga��es, "forjando documentos ideologicamente falsos e constrangendo um pretenso colaborador ao propor um concerto de vers�es a serem apresentadas aos �rg�os de investiga��o", diz o MPF.
A den�ncia � desdobramento das Opera��es Calicute e Efici�ncia. A primeira levou � pris�o o ex-governador do Rio, enquanto a segunda deu continuidade �s investiga��es sobre a suposta organiza��o criminosa, que seria liderada por Cabral. Arag�o foi preso na Efici�ncia.
O MPF investiga o fato de a organiza��o criminosa liderada por Cabral ter utilizado o restaurante Manekineko para a lavagem dos recursos il�citos auferidos pelo grupo, sem que o propriet�rio do estabelecimento tivesse ci�ncia do esquema criminoso instalado no governo do Estado do Rio de Janeiro.
O propriet�rio do estabelecimento, Italo Garritano Barros, � concunhado de Arag�o. Em colabora��o premiada, Garritano reconheceu que acertou com Arag�o uma estrat�gia para n�o cumprir suas obriga��es tribut�rias e trabalhistas.
"Para tanto, combinaram a simula��o de servi�os entre o escrit�rio Ancelmo Advogados e o restaurante, para justificar a transfer�ncia de valores em favor do escrit�rio de advocacia. Os valores eram utilizados para pagar uma folha paralela dos funcion�rios do restaurante. Os cr�ditos do escrit�rio de advocacia eram utilizados por Thiago, sem que seu concunhado soubesse, para a lavagem de dinheiro da organiza��o criminosa liderada por Sergio Cabral", diz a den�ncia.
Ap�s a pris�o preventiva de Cabral e a condu��o coercitiva de Adriana Ancelmo, Arag�o teria se movimentado para evitar que as investiga��es chegassem aos esquemas do escrit�rio Ancelmo Advogados, apontam os procuradores.
"Thiago Arag�o passou a diligenciar no sentido de influenciar na disposi��o e conte�do dos futuros depoimentos e declara��es de seu concunhado perante as autoridades competentes, com a omiss�o de fatos e combina��o de vers�es, atuando ainda na produ��o de documentos ideologicamente falsos que pudessem ser apresentados �s autoridades para ocultar a verdade", segundo o MPF.
Pelo crime praticado, Arag�o pode ser condenado a pena de reclus�o de tr�s a oito anos, bem como o pagamento de multa, sem preju�zo das penas correspondentes �s demais infra��es penais praticadas. "Outras den�ncias poder�o ainda ser apresentadas � Justi�a no desenrolar das investiga��es", diz o MPF.
J� Cabral � acusado da pr�tica de crimes de corrup��o e lavagem de capitais envolvendo contratos para realiza��o de obras p�blicas pelo Estado do Rio de Janeiro.
(Mariana Sallowicz)