Bras�lia, 09 - O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rejeitou na tarde desta sexta-feira, 9, cassar a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, eleita em 2014. Com seu voto, o terceiro no julgamento, o placar est� 2 a 1 pela absolvi��o.
Seu principal argumento foi o de que, apesar de haver provas sobre desvios e irregularidades envolvendo recursos irregulares da Petrobras para partidos pol�ticos, n�o se pode afirmar "categoricamente" que estes recursos abasteceram a campanha eleitoral.
"V�rios delatores ouvidos n�o souberam afirmar se recursos foram usados na elei��o de 2014", disse Admar, para quem n�o h� "prova cabal" de que as doa��es eleitorais tiveram como origem os desvios de recursos da Petrobras.
Gonzaga, que foi indicado por Temer para a corte eleitoral e n�o participou das outras fases do julgamento, adotou a mesma tese do colega Napole�o Nunes Maia ao absolver a chapa: a de que as irregularidades relatadas por delatores da Lava Jato sejam analisadas em outra inst�ncia, n�o na eleitoral.
"Espero que muitos dos que fizeram isso (receberam propina) sejam condenados. Mas nas inst�ncias pr�prias", disse Gonzaga.
Antes de proferir seu voto, Gonzaga, assim como Napole�o Nunes Maia, defendeu a tese de que os depoimentos dos delatores da Odebrecht n�o deveriam ser considerados no processo.
Com base nisso, ele disse que n�o iria considerar em seu voto o que foi apurado a partir do dia 1� de mar�o, quando o empres�rio Marcelo Odebrecht e casal de marqueteiros Jo�o Santana e M�nica Moura foram ouvidos pelo TSE.
Ele destacou tamb�m que a a��o inicial do PSDB n�o trazia temas como a movimenta��o de recursos no exterior que foram trazidos no voto do relator Herman Benjamin e afirmou que, apesar de agora o Minist�rio P�blico Eleitoral defender a cassa��o da chapa, o �rg�o n�o foi o respons�vel por mover uma a��o impugnativa de mandato quando as elei��es terminaram, em 2014.
Ainda faltam votar os ministros Tarcisio Vieira, Luiz Fux, Rosa Weber e o presidente do TSE, Gilmar Mendes.
(Thiago Faria, Isadora Peron e Eduardo Rodrigues)