S�o Paulo, 10 - A nova presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou que, caso a ex-presidente Dilma Rousseff ainda estivesse no cargo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassaria seu mandato. "O TSE n�o estava julgando Dilma, mas Temer, e usou todos instrumentos para mant�-lo no cargo. Se fosse Dilma, n�o teria d�vida nenhuma que a tirariam", afirmou em discurso na posse da nova dire��o paulista do PT neste s�bado (10). A senadora, contudo, n�o mencionou que Dilma tamb�m foi beneficiada pela decis�o, porque manteve a elegibilidade.
Na mesma linha, o petista Fernando Haddad, ex-prefeito de S�o Paulo, afirmou que a decis�o do TSE de absolver a chapa Dilma-Temer seria "outra" se o impeachment n�o tivesse ocorrido. "N�o queria entrar no m�rito da decis�o do TSE, mas sem impeachment a decis�o seria outra", disse. Segundo ele, a Justi�a est� julgando para manter um establishment e um projeto de poder e n�o de acordo com o Estado de Direito. "N�o podemos deixar que continuem acontecendo julgamentos por projeto de poder. O que est� em jogo n�o � julgamento de A, B ou C, � o futuro do nosso Pa�s", afirmou, dizendo que s� o PT conseguiu reverter esse projeto de poder para o Pa�s ter per�odo de prosperidade.
Gleisi ainda disse que, se a Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR) acusar o presidente, provavelmente os deputados n�o v�o aceit�-la. O governo precisar� de pelo menos 172 votos na C�mara para barrar a esperada acusa��o do Minist�rio P�blico. "Ele fica dizendo que tem 200 deputados, mas quem est� pensando no povo?", questionou.
Por isso, Gleisi disse que o partido defende a convoca��o de elei��es diretas. "Vamos ficar com um presidente que j� est� morto e as institui��es em crise. Por isso, queremos Diretas J�. S� as elei��es diretas v�o tirar o Pa�s da crise", completou.
Segundo ela, ser� convocado um com�cio dia 22 na Para�ba da frente suprapartid�ria pelas elei��es diretas. "Temos de fazer com�cios por todo o Pa�s. N�o vamos aceitar elei��es indiretas. N�o aceitamos em 1985, quando era para tirar a ditadura, ent�o n�o vamos aceitar agora que seria para dar continuidade ao golpe", disse.
Gleisi disse ainda que o partido vai defender Lula da "ca�ada" contra ele e construir o caminho que o leve de volta a presid�ncia. "Quando se faz uma pesquisa, a prefer�ncia � pelo partido dos trabalhadores e, para Presid�ncia, � por Lula."
O novo presidente do PT de S�o Paulo, o ex-prefeito de S�o Bernardo do Campo, Luiz Marinho, tamb�m afirmou que a decis�o do TSE seria diferente caso Dilma ainda estivesse no poder. Ele ainda defendeu a volta de Lula ao poder, para acabar com o desemprego e defender direitos do povo, e disse que o partido precisa fazer autocr�tica. "N�o conseguimos fazer todas as reformas e nossos advers�rios usaram essas fragilidades para nos derrotar e fazer o golpe", disse. Marinho ainda criticou o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital, Jo�o Doria, e disse que o PT tem condi��es de voltar ao poder no Estado e na cidade.
(Tha�s Barcellos)