S�o Paulo - A Pol�cia Federal encaminhou para a for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal o inqu�rito que apura crimes de corrup��o passiva e de lavagem de dinheiro supostamente praticados pelo ex-presidente da Rep�blica Luiz In�cio Lula da Silva em sua empresa de palestras, a LILS Palestras, Eventos e Publica��es - aberta em 2011, ap�s deixar o governo.
As suspeitas s�o que os pagamentos feitos por palestras realizadas pelo petista, no Brasil e em pa�ses das am�ricas Latina e Central e �frica possam ter ocultado propinas.
Na quinta-feira, 8, o delegado Dante Pegoraro Lemos assumiu o inqu�rito e o encaminhou para os procuradores da Lava-Jato, em Curitiba. O procedimento criminal ser� acrescido das dela��es premiadas do executivos da Odebrecht, uma das empreiteiras do cartel que fatiava obras na Petrobras que pagou pelas palestras de Lula.
O inqu�rito era conduzido pelo delegado M�rcio Anselmo, que iniciou as apura��es da Lava-Jato, e que no in�cio do ano foi transferido para Vit�ria, no Esp�rito Santo.
No dia 23 de mar�o, ao deixar a condu��o do inqu�rito, o delegado escreveu em despacho que as investiga��es foram instauradas para apurar poss�veis crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro, ap�s quebra de sigilo fiscal banc�rio, que "aponta recebimento de valores das empresas investigadas no �mbito da Opera��o Lava-Jato (Odebrecht, Camargp Corr�a, UTC, Queiroz Galv�o, Andrade Gutierrez e OAS) por parte da empresa LILS Palestras, Eventos e Publica��es Ltda. em valores que alcan�am R$ 9.338.658,75".
Criada para que o ex-presidente pudesse dar palestras, a LILS movimentou entre 2011 e 2015 um total de R$ 52,3 milh�es. Foram R$ 27 milh�es recebidos, a maior parte de empreiteiras e grandes empresas, e R$ 25,2 milh�es em d�bitos.
Na ocasi�o, Anselmo sugeriu que o novo respons�vel pelo inqu�rito aguardasse "as informa��es prestadas pelos colaboradores relacionados aos fatos sob investiga��o” ou que fosse solicitado ao Supremo Tribunal Federal o “compartilhamento das informa��es" da mega dela��o da Odebrecht homologada em janeiro.
A investiga��o contra Lula � uma das que ainda ser�o transformadas em processo criminal pela Lava-Jato em Curitiba. O ex-presidente j� � r�u em dois processos abertos pelo juiz federal S�rgio Moro. Um deles, em fase final, aponta corrup��o e lavagem de dinheiro na reforma e amplia��o do tr�plex do Guaruj� (SP), pela OAS, e o segundo pela compra de um terreno e de um apartamento pela Odebrecht, que teria o petista como benef�ciario.
O ex-presidente ainda foi denunciado pela Procuradoria no final de maio por corrup��o e lavagem de dinheiro nas reformas do s�tio de Atibaia (SP), que teria envolvido as empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin, al�m do pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo de Lula.
Fora de Curitiba, Lula � r�u em outros tr�s processos ligados direta ou indiretamente � Lava-Jato.
Outro lado
Por meio de nota, o Instituto Lula negou mais uma vez as irregularidades. "Lula � v�tima de 'lawfare'. Uma das t�ticas desse fen�meno consiste justamente na abertura de diversos procedimentos jur�dicos sem materialidade, fr�volos, exatamente como ocorre em rela��o a essa investiga��o relativa a palestras efetivamente realizadas pelo ex-presidente a partir de rela��es privadas e l�citas", destacou o Instituto Lula.
Ainda em nota, o instituto salientou que todas as palestras do ex-presidente foram feitas e pagas com as devidas emiss�es de notas e pagamento de impostos. "Todas as informa��es sobre elas encontram-se em relat�rio dispon�vel na internet", informou. "Tudo da mesma forma que outros ex-presidentes e dentro da lei, cobrando o mesmo valor e condi��es de palestras para mais de 40 empresas e setores, incluindo, por exemplo, Microsoft e Infoglobo", enfatizou o instituto.