Bras�lia, 14 - O ministro Marco Aur�lio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira, 14, ao presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (PMDB-CE), que o gabinete do senador A�cio Neves (PSDB-MG) pode funcionar normalmente durante o per�odo de afastamento do tucano.
Pelo entendimento de Marco Aur�lio, que � relator do inqu�rito que investiga A�cio no STF com base na dela��o do grupo JBS, o gabinete pode continuar aberto porque o mandato do parlamentar foi apenas suspenso, e n�o extinto.
Ap�s encontro com Eun�cio, nesta quarta-feira, Marco Aur�lio mudou de tom e concordou com as provid�ncias tomadas pelo Senado em rela��o ao afastamento de A�cio, inclusive que a convoca��o de um eventual substituto s� deve ocorrer 120 dias ap�s o afastamento.
O Senado comunicou ao ministro que, desde o dia 18 de maio, suspendeu a verba indenizat�ria de A�cio, recolheu o carro oficial a que ele teria direito e tirou o nome do parlamentar do painel de vota��es do plen�rio e das comiss�es.
� reportagem, Eun�cio contou que o ministro considerou todas as medidas "adequadas" do ponto de vista do cumprimento da liminar judicial. O presidente do Senado avaliou a conversa como "cordial, institucional e muito proveitosa".
"Mostramos todas as provid�ncias administrativas tomadas desde o dia 18 de maio (data da decis�o do STF pelo afastamento)", disse o peemedebista � reportagem.
Est� na pauta do Supremo o pedido de A�cio para que seja revogado o seu afastamento do Senado. A Corte tamb�m deve apreciar na pr�xima semana o pedido da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) para que o tucano seja preso preventivamente, sob a suspeita de ter acertado e recebido por meio de assessores vantagem indevida no valor de R$ 2 milh�es da JBS. A�cio nega a acusa��o.
Defesa
A defesa do senador A�cio Neves reafirma que o dinheiro foi um empr�stimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benef�cio da impunidade penal.
O empr�stimo n�o envolveu dinheiro p�blico e nenhuma contrapartida por parte do senador, n�o se podendo, portanto, falar em propina ou corrup��o.
O senador tem convic��o de que as investiga��es feitas com seriedade e isen��o demonstrar�o os fatos verdadeiramente ocorridos.
(Julia Lindner)