Bras�lia, 19 - O presidente da Comiss�o de �tica Publica da Presid�ncia, Mauro Menezes, informou nesta segunda-feira, 19,que o colegiado aceitou a defesa do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, em rela��o a declara��es admitindo troca de votos no Congresso por espa�o na Esplanada dos Minist�rios. Segundo Menezes, apesar de acatar os argumentos de defesa do ministro, a Comiss�o fez uma recomenda��o para que Padilha "redobre cuidados ao referir-se a nomea��es de cunho pol�tico". "Em sua defesa o ministro alegou que ao preconizar votos ele n�o estaria ignorando a necessidade que o indicado tivesse perfil t�cnico", explicou Menezes.
A an�lise do caso pela comiss�o foi instigada por representa��es apresentadas por parlamentares do PT. Conforme revelado pela Coluna do Estad�o, em uma palestra na Caixa, em fevereiro deste ano, Padilha admitiu que o governo escolhe seus auxiliares com base no n�mero de votos que ele pode lhe garantir no Congresso. Foi assim, relatou, com o ministro da Sa�de, Ricardo Barros (PP). "A Sa�de � de voc�s, mas gostar�amos de ter um not�vel", contou ter dito ao PP. "Diz para o presidente que nosso not�vel � o deputado Ricardo Barros", respondeu a sigla. "Voc�s garantem todos os votos do partido nas vota��es?". "Garantimos". "Ent�o o Ricardo ser� o not�vel", disse Padilha a uma plateia de executivos do banco. "Nosso objetivo era chegar aos 88% de apoio no Congresso. N�o h� na hist�ria do Brasil um governo que tenha conseguido 88% do Congresso. Isso Vargas n�o teve, JK n�o teve, FHC n�o teve, Lula n�o teve, s� n�s que conseguimos", disse o ministro.
Outras an�lises
Menezes informou ainda que, em rela��o � representa��o da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que questiona a atua��o do subchefe de Assuntos Jur�dicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha, em defesa de Marcela Temer, a an�lise do caso foi interrompida por pedido de vista do conselheiro Marcelo Figueiredo.
Menezes afirmou, entretanto, que o entendimento do relator do caso Marcelo Alencar foi no sentido de que Vale Rocha "n�o estaria impedido de exercer advocacia privada dessa natureza". A comiss�o esclareceu, por�m, que o voto do relator ainda n�o � definitivo e pode mudar no decorrer do processo.
Vale Rocha advogou para a primeira-dama no caso em que um hacker que obteve os dados de Marcela Temer tentou extorqui-la e chegou a afirmar que iria colocar o nome do presidente Michel Temer "na lama". O governo recorreu � Justi�a alegando que o conte�do no celular da primeira-dama deveria ter o sigilo garantido. O pedido acatado pelo juiz Raposo Filho foi formulado e assinado pelo subchefe de Assuntos Jur�dicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.
JBS
Menezes disse ainda que a Comiss�o vai convocar at� a primeira quinzena de julho uma reuni�o extraordin�ria para examinar o conte�do da dela��o da JBS para identificar poss�veis pedidos de esclarecimentos de autoridades citadas. O presidente da Comiss�o, entretanto, disse que n�o quer se precipitar no caso nem agir seletivamente e que por isso o colegiado ainda n�o tem defini��es sobre o tema.
(Carla Ara�jo)