Bras�lia, 20 - No relat�rio parcial encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Pol�cia Federal argumenta que o pr�prio presidente Michel Temer confirmou em discurso p�blico ter indicado seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures como interlocutor para o empres�rio Joesley Batista, do grupo J&F, dono da JBS. Rocha Loures foi flagrado, em a��o controlada da PF, correndo com uma mala de R$ 500 mil entregue por um executivo da JBS.
A afirma��o da PF sobre a indica��o de Rocha Loures est� no item 2.2 do documento que versa sobre as "suspeitas de corrup��o em raz�o de interfer�ncias em processo submetido ao Cade". Para os investigadores, a indica��o exposta na grava��o feita por Joesley no Pal�cio do Jaburu foi confirmada pelo pr�prio presidente em seu discurso em 18 de maio do Pal�cio do Planalto.
No discurso, Temer disse: "n�o h� crime, meus amigos, em ouvir reclama��es e me livrar do interlocutor, indicando outra pessoa para ouvir as suas lam�rias'". Para a PF, "malgrado o esfor�o em alterar a conota��o" do presidente, a indica��o foi confirmada no discurso.
"A premissa b�sica para o entendimento deste particular reside, justamente, no trecho do dialogo (..) em que, ao ser questionado por Joesley Batista sobre o canal de comunica��o a ser adotado a partir de ent�o - em substitui��o a Geddel Vieira Lima - o Exmo. Sr. Presidente da Republica indicou, nitidamente, "Rodrigo", ou seja, Rodrigo da Rocha Loures", diz o relat�rio sobre o �udio gravado por Joesley.
Para confirmar que Geddel era o antigo interlocutor de Temer, a PF ainda utilizou os depoimentos do corretor Lucio Bolonha Funaro, apontado como operador financeiro do PMDB da C�mara, grupo pol�tico de Temer, e do diretor Jur�dico do Grupo J&F, Francisco de Assis e Silva.
Funaro confirmou � PF a exist�ncia de um canal de comunica��o entre Joesley Batista e o governo federal. Segundo o corretor, preso na Papuda, Geddel Vieira Lima teria lhe confidenciado que manteve contato com Joesley em seu apartamento na Bahia e que, por mensagem de telefone, Geddel contou que o empres�rio aproveitava os encontros para fazer reivindica��es de seu interesse.
Assis e Silva, por sua vez, narrou que Geddel "era pessoa que fazia a interlace entre Joesley e o Pal�cio e que falar "com Geddel era o mesmo que falar com Michel Temer". Interrogado pela PF, Geddel ficou em sil�ncio.
Defesa
O advogado do presidente Michel Temer, Antonio Claudio Mariz, informou nesta ter�a que a defesa entende ser desnecess�rio "qualquer pronunciamento neste momento" em rela��o ao relat�rio parcial enviado pela PF ao STF.
Apesar da negativa, Mariz criticou a conduta da PF. "N�o vamos responder, pois na verdade um relat�rio sobre investiga��es deveria ser apenas um relato das mesmas investiga��es e n�o uma pe�a acusat�ria. Autoridade policial n�o acusa, investiga", afirmou.
O Pal�cio do Planalto tamb�m tem evitado comentar o tema e ao ser questionado oficialmente sobre o andamento das a��es da PF diz apenas que os advogados do presidente � que se pronunciam sobre o caso.
(Fabio Serapi�o, Isadora Peron e Breno Pires)