Bras�lia, 20 - O relat�rio parcial enviado pela Pol�cia Federal ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 19, afirma que, pelos elementos reunidos no inqu�rito que tem como alvo o presidente Michel Temer, "s�o inc�lumes as evid�ncias" da pr�tica de corrup��o passiva por parte peemedebista e de seu ex-assessor especial Rodrigo da Rocha Loures.
No documento, a PF afirma que foi dada tanto a Rocha Loures quanto a Temer a oportunidade de "esclarecer diversos fatos", mas o presidente optou por n�o responder �s mais de 80 perguntas feitas pela institui��o, al�m de "surpreendentemente" pedir o arquivamento do inqu�rito.
"Diante do silencio do mandat�rio maior da Na��o e de seu ex-assessor especial, resultam inc�lumes as evid�ncias que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor, a pratica de corrup��o passiva", disse.
Para a Pol�cia Federal, est� claro que Temer indicou Rocha Loures como interlocutor ao empres�rio Joesley Batista, um dos donos da JBS, durante a conversa que os dois tiveram no Pal�cio do Jaburu, em 7 de mar�o.
O ex-assessor de Temer, ent�o, teria atuado em favor dos interesses do grupo J&F em processo administrativo em tr�mite no Conselho Administrativa de Defesa e Econ�mica (Cade), inclusive fazendo liga��o para o presidente interino do Cade, Gilvandro de Ara�jo.
Segundo a PF, em conversa com Joesley, Rocha Loures disse que Ara�jo havia "entendido o recado" e os dois teriam passado a combinar como seria realizado o pagamento de R$ 500 mil ao ex-assessor de Temer, que foi efetuado em uma pizzaria em S�o Paulo.
Al�m de Temer e Rocha Loures, a PF tamb�m indica que Joesley e o empres�rio Ricardo Saud respondam por corrup��o ativa, por terem "oferecido e prometido vantagem indevida a servidor p�blico".
Prazo
Em outro documento enviado ao STF, a Pol�cia Federal pede mais cinco dias para concluir as investiga��es.
Segundo a entidade, o relat�rio parcial aponta "pagamento de vantagem indevida" de maneira "remota" ao presidente e "imediatamente" ao seu ex-assessor pela transa��o no Cade, mas � necess�rio mais prazo para dar prosseguimento a investiga��es relacionadas a outros dois fatos: se houve pagamentos peri�dicos ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e L�cio Bolonha Funaro, como forma de mant�-los em sil�ncio, ou seja, evitando eventual celebra��o de acordo de colabora��o premiada deles, e para a confiss�o que Joesley fez a Temer que estava corrompendo magistrados e membros do Minist�rio P�blico.
A PF tamb�m diz ser "recomend�vel" esperar a conclus�o da per�cia na conversa gravada entre Temer e o empres�rio Joesley Batista para emitir conclus�es sobre se houve tentativa de embara�o a investiga��o criminosa.
Defesa
O advogado do presidente Michel Temer, Antonio Claudio Mariz, informou nesta ter�a que a defesa entende ser desnecess�rio "qualquer pronunciamento neste momento" em rela��o ao relat�rio parcial enviado pela PF ao STF.
Apesar da negativa, Mariz criticou a conduta da PF. "N�o vamos responder, pois na verdade um relat�rio sobre investiga��es deveria ser apenas um relato das mesmas investiga��es e n�o uma pe�a acusat�ria. Autoridade policial n�o acusa, investiga", afirmou.
O Pal�cio do Planalto tamb�m tem evitado comentar o tema e ao ser questionado oficialmente sobre o andamento das a��es da PF diz apenas que os advogados do presidente � que se pronunciam sobre o caso.
(Isadora Peron, Rafael Moraes Moura e Breno Pires)